A resenha que trago hoje não acabou de sair do forno, na verdade a escrevi no início do ano e como até bem pouco tempo atrás eu não tinha um blog para compartilhar com vocês as minhas opiniões literárias (obrigada de novo Mari!) essa resenha foi publicada apenas no Skoob. E bem, não é todo mundo que lê resenhas por lá e acho que isso se deve em parte a forma como a ferramenta é utilizada por muitos usuários (mas isso é assunto para outro post), então decidi compartilhar algumas resenhas antigas aqui no Blablablá.
Adoro romances históricos, sejam eles ambientados na corte do Rei Arthur, do Rei Luís, do Rei Henrique, durante a Guerra dos Cem Anos ou durante as Guerras Mundiais. Adoro ler ficções baseadas em fatos reais e Smith me proporcionou isso com seu romance.
Acostumados com livros ambientados nas cortes inglesas e francesas e em histórias mais recentes na Alemanha nazista, Smith já nos surpreende com a escolha do palco para seus personagens: a União Soviética de 1953. Temos a chance com isso de aprender um pouco mais sobre a Rússia Stalinista e a política adotada para garantir a Segurança do Estado. Muda-se o palco, muda-se os acontecimentos, ou seja, o fator novidade contribui e muito para tornar o romance mais atrativo (ainda não havia lido nenhum livro que retratasse essa época).
Durante um período em que assassinatos eram considerados como inexistentes a morte de uma criança nos trilhos de uma ferrovia é só um pavio para o que mais tarde virá a ser tornar uma explosão.
Como personagem principal temos Liev Demidov, heroi de guerra e agente da MGB (polícia secreta). No início apenas mais um dos agentes da polícia responsável por caçar e garantir que os “inimigos” do Estado fossem punidos. De um homem cego e cumpridor de seu dever para com o Estado, Liev passa a “enxergar” e se revolta com as injustiças cometidas. A partir daí de agente perseguidor torna-se a caça e durante essa caçada muitas informações são reveladas. Não comento mais nada sobre isso para não correr o risco de revelar informações importantes.
Criança 44 é um excelente romance, de leitura ágil e viciante, daquelas em que é difícil largar o livro sem ter terminado de ler antes. O texto é rico em detalhes sem perder a objetividade e de certa forma cruel. É possível visualizar em detalhes as crueldades dos interrogatórios, da vida em uma Rússia punitiva e restritiva. Mas, também é possível visualizar em detalhes pequenos gestos, disfarçados, de bondade e coragem. Eram estes últimos que permitiam a sobrevivência do povo.
Enfim, o texto de Smith provoca revolta, raiva, asco, choque mas também alegria ainda que comedida. Emocionante. E olhe que é seu romance de estreia. Se ele continuar escrevendo assim, novos romances bons devem aparecer por aí.
Em tempo, Ridley Scott comprou os direitos de adaptação e não deve demorar muito para podermos assistir a história de Liev nas telonas. No IMDb(http://www.imdb.com/title/tt1014763/) a informação é de que o filme está em desenvolvimento. Agora é só torcer para que não demore muito.
A sequência de Criança 44 foi publicada recentemente pela Record sob o título de “O Discurso Secreto”. Ah, antes que alguém fale que não aguenta mais conhecer séries e trilogias, já aviso de antemão que Criança 44 poderia ser obra única, assim como ler Criança 44 não te obriga a ler a continuação, a história tem início, meio e fim e não é preciso aguardar o próximo volume para conhecer o desenlace da trama. Tanto é, que fiquei muito surpresa quando descobri essa sequência e recomendo sua leitura principalmente para aqueles que querem ler mais sobre a época de combate ao regime stalinista e seu declínio.
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