A Bicicleta Azul é o primeiro volume de uma série publicada por Deforges em 1985 e que desde então vem sendo reeditada e publicada, sendo considerada por alguns como um dos maiores êxitos editoriais dos últimos tempos. Não sei até que ponto isto é verdade, mas já tinha ouvido falar deste livro e quando estava no ensino médio cheguei até a folhear o segundo volume, na época a biblioteca não tinha o primeiro e por este motivo, adiei a leitura da série para quando o tivesse, até que os livros vieram parar na minha mão…
A série está centrada em Léa Delmas, uma moça de 17 anos do interior da França que vê a Segunda Guerra Mundial destruir seus sonhos, esperanças e projetos. Léa é a filha do meio de Pierre Delmas, um vinhateiro do interior da França mais precisamente de Montillac, e de Isabelle de Montpleynet. Mimada pelo pai desde criança, a moça divide com o ele o amor pelas terras e pela produção de uvas, mas também sabe ser frívola e coquete como ninguém. A moça conta com vários admiradores, mas encasquetou amar justamente aquele (Laurent) que está noivo da prima (Camille) e que está a vias de se casar já que a guerra contra a Alemanha bate às portas. Léa não quer nem cogitar este casamento e tenta evitá-lo, infelizmente a moça não consegue e perde Laurent para Camille; surge então nessa história Claude o irmão da noiva, Mathias o filho do empregado de Montillac e François Tavernier que ela conhece durante a festa de noivado. Léa com toda a sua juventude, insensatez, volúpia e frivolidade começa então a sua busca pelo amor e desperta para os prazeres do sexo. Mas, a guerra prometida explode e sua vida sofre grandes reviravoltas: Laurent vai para a guerra, Camille que está grávida fica sob seus cuidados em Paris, os soldados alemães estão cada vez mais próximos e o cheiro da morte cada vez mais pungente. Léa então nos mostra que não é apenas um rostinho bonito, ela se interessa por política e crê na luta pela liberdade, principalmente à dos judeus, que estão sendo perseguidos. Ela passa então a ajudar os resistentes, transportando cartas, entregando encomendas, correndo risco de vida, mas lutando por algo em que acredita…
Quando li sobre esta série imaginava que apesar de todo o romance, que é o tema central do livro, a autora tinha dado a ênfase necessária ao período da Segunda Guerra, às provações sofridas pelos civis e as privações a que foram submetidos os soldados. Já devo ter comentado por aí, mas não canso de repetir que eu adoro livros históricos e tenho predileção por livros que abordam batalhas e guerras, gosto de ler sobre como a vida das pessoas foi afetada durante esses períodos, mas gosto de ter também mais detalhes do front de batalha. E foi desses detalhes que senti falta na narrativa de Deforges, mesmo ao retratar como vivia a sociedade francesa durante esse período ela foi econômica. Infelizmente, ela deu primazia demais à Léa, que no fim das contas nem é uma protagonista cativante. Não consegui estabelecer uma empatia forte pela personagem, até da Camille que no início do livro não gostei tanto assim passei a simpatizar mais do que da Léa. Do front só sabemos o que é narrado por Laurent em suas cartas para Camille, descrições econômicas que não nos fornecem maiores detalhes dos episódios vividos. No fim das contas, as privações sofridas por Léa e Camille ao abandonarem Paris depois da ocupação dos alemães são muito mais pungentes do que os próprios campos de batalha. A parte histórica, aquela pela qual me interessei ao ler sobre a trilogia pela primeira vez me decepcionou, mas vou dar uma chance e ler os outros dois livros para ver como Deforges desenlaçou sua trama e também porque sou muito curiosa e não conseguiria abandonar a trilogia (pelo menos os três primeiros livros que são retratados nesse período). No mais, se você tem interesse em ler essa série por causa do período em que ela é retratada, pense duas vezes, há outros autores por aí que fizeram descrições e narrativas mais pormenorizadas e cativantes; agora, se além disso tiver interesse em ler sobre os romances da jovem Léa, bem não posso negar que a autora sabe descrever romances muito bem.
Compre aqui:
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
Báh eu sempre me interessei por este livro por causa da temática, mas pensei que o foco fosse na guerra, em como ela mexeu com a vida das personagens, ainda bem que nunca surgiu a oportunidade de ler, assim deixo o tempo que já escasso para outras obras. Adorei tua resenha 🙂
CurtirCurtir
Pingback: Estas últimas semanas… | Blablabla Aleatório
Li a trilogia três vezes. Amei , amei e amei os livros, talvez porque estava no ensino médio ,tendo uma visão mais romãntica da vida me envolvi no mundo de Léa! Passa horas só lendo o livro. Foi triste quando terminou.
Ler sua resenha me fez lembrar da minha adolescência.
Parabéns!!
CurtirCurtir
bom achei legal!! gostei muito di ler este livro!!!
parabéns!!!
CurtirCurtir
Pingback: Meme Literário 2011 – Dia 17 | Blablabla Aleatório
Não li o livro, mas pela sua resenha percebi que a historia, o romance e os conflitos é parecidíssimo com …e o vento levou. Só muda o nome dos personagens, a época, o país e adiciona cenas de sexo. vou ler o livro e ver se encontro algo de original ou se não passa de uma cópia mal feita do excelente livro de Margaret Mitchell!
CurtirCurtir
Li o primeiro da série mas me desgastei por perceber que era uma “versão” de o vento levou e como sou super fã do segundo, preferi ñ continuar a leitura. ainda bem que o “vento levou” veio num só volume!!!!!
CurtirCurtir
Oi Pedro,
sei que escrevi na resenha que daria chance à série, mas com tantos livros ainda por ler e minha compulsividade em marcar o botãozinho de Vou Ler no Skoob, acabei desistindo dessa empreitada.
Infelizmente não li O Vento Levou então não posso opinar. =)
CurtirCurtir
eu tenho o primeiro volume mais queria ler o resto alguem sabe um site que possa baixar pfpf* quero muito saber o resto da historia!
CurtirCurtir
Li este livro na minha adolescência e adorei!!! Ficava horas no meu quarto lendo e nem tinha vontade de parar. Pra quem gosta de romance, o livro é tudo de bom, mesmo parecendo um remake de ” O vento levou”. 🙂
CurtirCurtir
Essa sua declaração só me lembrou de que devo parar de ler qualquer blog e só dar importância ao que os críticos de verdade escrevem.
CurtirCurtir
Em nenhum momento me autodenominei crítica literária, na verdade sou bióloga não tenho formação literária então nem querendo né. O que posto aqui é a minha opinião enquanto leitora, a minha experiência literária, ou seja, se gostei ou não, do que gostei e quais foram os pontos que não me apeteceram tanto em um livro. Eu só fiquei curiosa para saber a qual declaração você está se referindo…
Obrigada pela visita!
CurtirCurtir
Núbia! Você já leu …E o vento levou???? Eu acho que a bicicleta azul parece uma imitação porém com foco em outra guerra. A Léia é a Scarlet O’hara, Camille seria Melanie Hamilton, tem os irmãos Tarletons, Reth Butler e por aî afora. Que vc acha??????,
CurtirCurtir
Oi Renata, ainda não li E o vento levou… mas, tirando pelos vários comentários do pessoal aqui fazendo essa mesma relação entre as duas obras, não duvido nada que a autora tenha se inspirado nessa história. Ainda não tenho esse livro, mas estou pensando seriamente em ir atrás e conferir a história da Margaret Mitchell, quem sabe eu não goste mais né.
Obrigada pela visita! 😉
CurtirCurtir
Concordo com você. Eu li esse livro quando ainda era adolescente e me lembro que realmente se parece MUITO com o livro E o Vento Levou !
CurtirCurtir
Ah,comecei a ler e não gostei porque é uma imitação descarada do “E o vento Levou”, ainda não sei se durante o decorrer da estória ela consegue se diferenciar do mesmo. Como gosto e conheço muito bem o “E o vento levou”… prefiro não continuar a leitura. Que falta de originalidade da autora…
CurtirCurtir
O nome do livro é “A Bicicleta Azul” e na capa aparece uma bicicleta cinza.
CurtirCurtir
Parecido não: ela foi processada por plágio, só isso rs
CurtirCurtir
Eita não sabia! O=
Fiquei até mais curiosa para conferir a obra da Margaret Mitchell.
CurtirCurtir
Pingback: TAG – Sua Vida em Livros | Blablabla Aleatório