O país se chama Alefbey, que em hindustâni significa alfabeto. E como não poderia deixar de ser, os lugares são nomeados por ele: vale de K, túnel de I… A cidade da história, é uma cidade tão triste, mais tão triste que tinha esquecido até seu próprio nome. Nesta cidade vivia um garoto deveras feliz, seu nome era Haroun e ele era filho de um exímio contador de histórias, Rashid Khalifa. Seu pai era tão bom em contar histórias que recebera dois apelidos: Rashid o Mar de Ideias, por parte de seus admiradores; e Xá do Blá-blá-blá, por parte de seus rivais invejosos. Rashid era casado com Soraya e eles eram felizes, porém, esta felicidade estava com os dias contados… Porque no dia em que Soraya saiu de casa, abandonando Rashid e Haroun, as palavras também resolveram abandonar Rashid…
“Rashid Khalifa, o fabuloso Mar de Ideias, o lendário Xá do Blá-blá-blá, postou-se diante de um vasto público, abriu a boca, e descobriu que não tinha mais histórias para contar.”
Haroun achando que o pai perdeu o dom da fala por causa do que ele lhe disse, quer fazer algo para consertar isso. Ele sempre acreditara nas histórias e lamenta muito a depressão que deixou Rashid sem palavras.
“[…] Uma coisa ele sabia: que o mundo real era cheio de mágica, de modo que os mundos mágicos podiam muito bem ser reais.”
E é com estes olhos que acreditam em mágica que ele se depara com Iff, um gênio da água. Haroun então descobre que as histórias vêm do Mar dos Fios de Histórias e que todo bom contador de história tem um fornecimento de água deste local, mas o de Rashid fora cancelado devido a um mal-entendido. Portanto, Haroun decide empreender sua maior viagem, uma viagem até o Mar dos Fios de Histórias para desfazer esse mal-entendido e garantir que Rashid volte a ser o contador de histórias que sempre fora. Haroun parte em companhia de Iff e de um Gavião Avião. A partir deste momento, Rushdie nos presenteia com vívidas descrições, mundos fascinantes e criaturas fantásticas. Conhecemos Kahani – a lua onde o Mar se encontra -, os Gupis, os Tchupwalas… E, descobrimos que o mar corre perigo e, portanto, as histórias também. Khattam-Shud ameaça o mundo das ideias e Haroun tem que lutar contra ele se quiser salvar as palavras.
Rushdie nos descortina uma história fantástica, com uma narrativa pormenorizada, mas ágil, ele nos transporta para Kahani juntamente com Haroun e nos apresenta um mundo inteiramente novo, no qual as palavras têm um lugar especial. Para aqueles que gostam de livros, de histórias, de uma boa conversa, o livro é um prato cheio, uma verdadeira ode ao direito da expressão, do uso das palavras, do exercício da criatividade. Haroun o nosso guia nesta aventura é um garoto bastante observador e sensato e que nos cativa desde o início. Os diálogos são característicos de cada personagem e as figuras engraçadas criadas por Rushdie garantem bons momentos de descontração durante a leitura. Essa foi minha primeira experiência com Rushdie e gostei da sua forma de escrever, se esta for uma característica constante tenho certeza de que apreciarei outras obras suas. Mais um autor que entra para a lista de autores recomendáveis.
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Que livro super interessante, principalmente porque trabalho com contadores de histórias e a trajetória deste livro prendeu-me por meio desta resenha.Vou comprá-lo. Amei!
Abraços
Renata
http://www.tecergirassois.blogspot.com
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Gostei mesmo!!
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Esta resenha prendeu a minha atenção, devido a esta incursão literária que foi me fascinando. Quem é contador de história terá que ler este livro. Eu sou, então preciso ler.
Gostei
Abraços
Renata
http://www.tecergirassois.blogspot.com
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Uma incursão literária de encanto e fascinio, que envolve as pessoas que gostam tanto de ler quanto contar histórias. Esta resenha me encantou e fiquei muito interessada no livro.
Abraços
Renata
http://www.tecergirassois.blogspot.com
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Uma incursão literária de encanto e fascinio, que envolve as pessoas que gostam tanto de ler quanto contar histórias.
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