Fallen – Lauren Kate

A vida de Luce mudou radicalmente: Trevor, sua paixonite, faleceu em um incêndio do qual ela escapou sem se lembrar de nada; e isso a condenou ao internato/prisão Sword & Cross, onde logo no primeiro dia, o cara mais lindo do universo mostrou o dedo para ela. Realmente, não parece o melhor jeito de retomar a vida…

Logo Luce faz amizades e se descobre perdidamente apaixonada pelo garoto mal-educado que, sem nem a conhecer, a tratou tão mal. Daniel. Algo nele mexe profundamente com Luce, que se sente como se já o conhecesse de algum lugar. Será possível? Ao mesmo tempo que Daniel tenta manter Luce afastada, Cam faz o contrário: trata Luce com carinho, é afetuoso, romântico, além de ser bonito. Após sofrer tanta humilhação nas mãos de Daniel, Cam parece ser um partido mais do que ideal, mas Luce não consegue deixar de se encantar por Daniel, por mais que ele faça de tudo para mantê-la afastada.

Fallen entra na categoria dos livros que eu comprei porque a capa me chamou. Queria conhecer a história da moça do vestido preto (lindo) chorando. Tudo nessa capa me atraiu, e a manutenção do título original da obra foi uma das coisas que me chamou a atenção, afinal, normalmente tudo é traduzido! A narrativa é bem construída, embora às vezes dê raiva da capacidade da autora de transformar o livro no diário (meio maluco) de uma adolescente. Eu estava esperando uma história escrita de uma maneira mais sóbria e menos “O diário da Princesa”. Mais uma vez me iludo nas minhas expectativas… Não que eu não tenha gostado do livro; pelo contrário: eu devorei suas 401 páginas em pouquíssimo mais de um dia, o que só acontece com livros que me prendem e cativam. Afinal, a história de Luce é extremamente interessante, apesar de haver alguns clichês meio bobos, como o triângulo amoroso “amo um cara que não dá a menor bola pra mim, enquanto que o cara que está de quatro por mim não me atrai muito, embora ele seja bonitinho”.

Meu único receio com a série é que a autora demorou para nos dar as respostas e deixou o final com muitas perguntas não respondidas, mais do que as necessárias para manter o suspense para o segundo livro da série, Torment, que deve sair ainda este mês pela Galera Record. Não gosto quando os autores fazem uma narrativa complexa evitando tocar nos assuntos, e deixando poucas dicas para desvendar o mistério. Dá a impressão de que faltou foco e um pouco de habilidade na hora de escrever… (por exemplo: J. K. Rowling, além de deixar um monte de dicas ambíguas no meio de cada volume de Harry Potter que nos levavam a achar que o cara do mal era um, para no fim ser outro, conseguiu planejar seus livros tão bem, que em todos eles têm dicas para eventos futuros; e Bernard Cornwell que escreveu as Aventuras de Sharpe em ordem não-cronológica, mas ainda assim conseguiu colocar nos livros mais à frente lembranças de coisas que aconteceram em livros que ele não haviam escrito. Eu sinto falta de autores atuais que sejam capazes de fazer esse jogo com o texto – e a crítica não vale apenas para Lauren Kate, mas para muitos outros autores que ando lendo!)

A história de amor de Fallen é linda, mexeu de verdade comigo e me deixou ansiosa pela continuação. Apesar disso, na minha humilde opinião, a autora não consegue transmitir de maneira não infantil (mesmo o livro sendo infanto-juvenil) o amor profundo que conseguiu criar entre as personagens, que merecia roupagem mais madura.

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