Lendo Juliet, Nua e Crua eu relembrei porque gosto tanto do jeito do Hornby escrever e porque tenho vontade de ler todos os seus livros. Todos os elementos que me cativaram em Alta Fidelidade estão presentes em Juliet, temos um protagonista obsessivo (ainda que Duncan leve sua obsessão a extremos nem mesmo sonhados por Rob Fleming), relacionamentos fracassados e muitas referências musicais…
Duncan e Annie moram juntos, mas a casa sempre teve um morador a mais: Tucker Crowe. Se a obsessão de Rob eram as listas de cinco melhores, para Duncan tudo se resume à Tucker e seu misterioso sumiço há vinte anos, logo após o lançamento de seu último álbum Juliet, depois de ir a um banheiro de uma boate. Desde então, ninguém mais teve notícias sobre o músico e os crowologistas levantam toda sorte de suposições e teorias sobre o seu sumiço. Duncan é um tuckermaníaco e tenta arrastar Annie para esse fanatismo, esta depois de quinze anos agüentando toda essa loucura começa a questionar se não tem jogado sua vida fora ao viver com Duncan. Se tivesse ficado por isso mesmo talvez o questionamento de Annie nunca criasse asas, mas um novo disco de Crowe é lançado, Juliet, Nua e Crua e as coisas entre Annie e Ducan parecem sair dos eixos de vez.
“E o que ouviu era exatamente o que ela poderia ter adivinhado que ouviria se houvesse lido sobre Juliet, nua e crua num jornal, era Juliet, mas sem todas as partes boas.”
Tudo porque suas opiniões sobre o novo álbum são divergentes. Annie odeia, Duncan o coloca em um pedestal. Opiniões sobre um álbum que colocam o relacionamento em avaliação. Annie escreve uma resenha sobre o novo álbum, uma resenha que lhe faz pensar em transformar sua relação com Duncan em passado e investir, por exemplo, naquele correspondente que diz ser Tucker Crowe…
Com uma narrativa bem humorada e irônica Hornby traça todos os percalços que a vida pode nos reservar e mostra que mesmo as brigas e divergências familiares podem ser mostradas de forma divertida. Conhece o ditado rir da desgraça alheia? Tucker nos mostra que a sua pode ser fonte de várias piadas. Enfim, Hornby continua tratando como ninguém as relações interpessoais, sempre regadas à muita cultura pop e com a sensibilidade e o humor que são sua marca registrada.
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