Muitos anos atrás, tive a oportunidade de ler Entrevista com o Vampiro, mas a leitura não me agradou e não cheguei a terminar o livro. No ano passado, deu a louca no Submarino e os livros da série estavam a R$9,90 e por pouco não comprei todos. Fui contida e peguei apenas Entrevista com o Vampiro para mim, para dar uma segunda chance ao livro e provar que meu eu passado estava errado ao achar o livro enfadonho.
Demorei para dar início à leitura, e admito que só o fiz porque falhei no Rehab (leia aqui e aqui) e tive que escolher um livro para ler de castigo. Retomada a leitura, as primeiras páginas fluiram bem, e as demais foram, realmente, um castigo. Houve momentos em que eu preferia fazer QUALQUER outra coisa a ler o livro, o que normalmente é bem raro de acontecer. Mas, sem mais delongas, a resenha:
Como o título leva a intuir, Entrevista com o Vampiro é uma história narrada em uma entrevista. Mas o repórter em questão pouco aparece na história, e se limita a alternar entre o medo e a fascinação que sente por Louis. Não é como se ele realmente bombardeasse o vampiro com perguntas, ele apenas recebe, passivamente, a história narrada. E eu acho que senti falta de um entrevistador mais ativo, que parasse as narrativas com perguntas e interjeições, ao invés de simplesmente ficar ouvindo.
Em 1791, o jovem dono da fazenda Pointe du Lac atrai a atenção da pessoa, ou devo dizer, do vampiro, errado e é transformado em um dos habitantes da noite. O único objetivo de Lestat ao dar a imortalidade dos vampiros a Louis é ter acesso à propriedade e ao dinheiro do fazendeiro para que possa viver no luxo e glamour que sempre desejou. Assim, Louis, fascinado pela vida de vampiro e ansioso para apreender tudo que o mundo pode lhe oferecer, em pouco tempo de vê decepcionado por Lestat, simplório e ignorante.
Louis é uma pessoa transtornada, que não aceita quem é e no que foi tranformado. Não gosta de ter que matar humanos para manter sua imortalidade. E fica o livro todo tentando se achar no mundo, tentando se perdoar por ser um assassino e, simplesmente sendo chato (na minha opinião). Sabe aquela pessoa que reclama de tudo, que culpa a todos por sua vida ser chata, mas que aceita passivamente que ela seja assim? Pois é, Louis é esta pessoa.
Estou distante de tudo, e sempre estive! Nunca pertenci a lugar nenhum, a ninguém, a qualquer época!
O livro todo é narrado dessa maneira melancólica de Louis, que depois de poucas páginas irrita. Acho que ele é o pai dos emos. E foi isso que me irritou, em ambas as leituras. A única coisa que me manteve lendo foi a promessa de que eu leria o livro como castigo do Rehab, porque minha vontade era de parar no meio pela segunda vez.
Não que a história seja ruim, veja bem, mas ao invés de focar na história, a autora foca no sofrimento de Louis. E embora muita gente possa achar esse o lance de gênio da série, para mim foi simplesmente pedante. No fim, as 334 páginas do livro poderiam ter sido narradas em menos tempo (ou poderiam ter tido mais história) e quando eu acho isso de um livro, eu desanimo da leitura. Mas isso não quer dizer que você tem que concordar comigo, né?
A série Crônicas Vampirescas está completa e conta com os seguintes volumes:
- Interview with the Vampire (1976) / Entrevista com o Vampiro
- The Vampire Lestat (1985) / O Vampiro Lestat
- The Queen of the Damned (1988)/ A Rainha dos Condenados
- The Tale of the Body Thief (1992) / A História do Ladrão de Corpos
- Memnoch the Devil (1995) / Memnoch
- The Vampire Armand (1998) / O Vampiro Armand
- Blood and Gold (2001) / Sangue e Ouro
- Blackwood Farm (2002) / A Fazenda Blackwood
- Blood Canticle (2003)/ Cântico de Sangue
A autora escreveu outra série de vampiros, a Novos Contos de Vampiros, que tem os seguintes volumes:
- Pandora (1997) / Pandora
- Vittorio the Vampire (1999) / Vittorio, o Vampiro
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