Cira e o Velho é o primeiro livro do autor brasileiro Walter Tierno. A história pensada inicialmente para ser uma HQ, depois de quase 200 páginas de ilustrações prontas foi transformada em prosa e tenho que dizer que é uma prosa muito gostosa de se ler, com uma narrativa ágil, bem delineada e que prende a atenção do leitor. Com ilustrações do próprio autor, a história se passa no Brasil do final do século XVII. Em um Brasil que ainda está sendo conquistado pelos povos de além-mar, conhecemos a história de dois irmãos o cobra Norato e Maria Caninana, um pacto com o Senhor das Mentiras e as mortes decorrentes disso.
O autor dá vida a um narrador e utiliza a viagem deste em busca das histórias de Cira para contar a nós leitores uma lenda bem brasileira, com índios, escravos, bandeirantes e muitas criaturas folclóricas.
Maria Caninana e Norato são filhos de uma índia com uma cobra, ainda recém-nascidos presenciaram a morte da mãe, morte que marcou profundamente Caninana e que a tornou cruel. Para se vingar daquele que matou sua mãe, Caninana engendra um plano que envolve a si e seu irmão, esse plano envolve um pacto que exige um pagamento e para cumprir esse pagamento Caninana “contrata” os serviços do sertanista Domingos Jorge Velho. O sertanista sai então em busca dos últimos descendentes vivos de Norato para matá-los, entre eles Cira, filha de Norato com a bruxa Guaracy. Mas, o sertanista não contava que aquele trabalho não sairia conforme o planejado e que isso lhe traria muitos problemas no futuro, porque apesar da mãe de Cira ter morrido, ela sobreviveu e agora quer vingança.
A protagonista da história de Tierno não é lá muito carismática, mas não se pode negar que a moça tem atitude. Vestindo uma roupa vermelha feita da pele despojada de seu pai e trazendo no ombro uma caveira, Cira parte no encalço de Domingos, lutando contra bandos de lobisomens, mboitatás, princesa de histórias antigas e chegando até Quilombo do Palmares. A aventura de Cira e sua fiel companheira Nhá nos permite desbravar um Brasil de muitas histórias, bichos e gente. Poderia até ser um típico romance regionalista, mas há muitas mortes e muita sede de vingança para caracterizarmos Cira e o Velho apenas assim. A obra acima de tudo é uma lenda bem contada.
“A força das lendas, dizem, está em quem as espalha”.
Para mais informações sobre a obra e o autor visite o site pessoal de Walter Tierno aqui.
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Ei Núbia,
Parece ser bem diferente a história do livro, eu achei a capa muito interessante e tenho curiosidade de ler.
bjos
Nanda
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