“Ela se lembrava de ter achado, na ocasião, que jamais se sentiria tão desconfortável à mesa do tio novamente. Foi ali que seu pai havia planejado o roubo do diamante De Beers quando Kat tinha 3 anos. Naquela mesma cozinha, seu tio orquestrara a interceptação de 80% do caviar do mundo quando Kat tinha 7. Mas nada tinha parecido tão criminoso quanto se sentar ali e anunciar para o tio Eddie que seu maior golpe tinha dado certo e que ela estava abandonando a cozinha da família para se apoderar da educação que uma das melhores escolas do mundo oferecia.”
Como deu para perceber no trecho acima, Katarina Bishop pertence a uma família de ladrões, ou pelo menos pertencia até decidir aos quinze anos se aposentar e tentar levar a vida como uma adolescente normal. O que ela não contava era que três meses depois seu amigo Hale, bilionário e antigo companheiro de crimes, apareceria para acabar com seus projetos e lhe presentear com uma bomba: uma coleção valiosa de pinturas foi roubada de um mafioso e o principal suspeito é o pai da garota, que insiste em negar qualquer envolvimento nesse crime. Acontece que Taccone, o mafioso, não acredita e lhe dá um prazo de duas semanas para que as pinturas sejam devolvidas, mas com o pai na mira de agentes da Interpol, sobra para Kat a tarefa de achar os quadros, roubá-los e devolve-los ao dono. Kat com a ajuda de Hale monta sua própria equipe de ladrões, todos adolescentes e parte em uma corrida contra o tempo que os leva à diversas localidades internacionais.
Fiquei interessada na história por tratar-se de uma temática improvável na literatura juvenil. Jovens que levam vidas secretas há de monte por aí, mas jovens ladrões? Jovens que estão do outro lado da lei e que mesmo assim são capazes de imprimir tanta empatia no leitor que você se torna incapaz de não torcer para que consigam levar a cabo seus “trabalhos”. Mas, não é só do mundo do crime que Ladrões de Elite trata, antes de qualquer coisa é um livro sobre família, amizade e amor juvenil. É também uma ode ao mundo das artes, Carter nos presenteia com muitas informações sobre esse mundo: pinturas, museus, fatos históricos e contextos políticos tornam a leitura um aprendizado também.
Com uma narrativa frenética, que contribui para deixar a história mais dinâmica e que consegue evidenciar o escoar do tempo e o que ele representa para esses jovens ladrões, Ally Carter cria uma história que parece saltar aos olhos e implorar para ganhar as telas. É daqueles livros que você lê em uma sentada, se diverte com os diálogos, suspira pelo mocinho e termina com a sensação de que por mais que não tenha sido uma história profunda, a diversão da leitura fez valer a pena. Ah, e a sensação de que os acontecimentos narrados por Carter dariam um bom filme, no melhor estilo Onze homens e um segredo e Pequenos espiões, poderá ser averiguada em breve. A Warner Bros ganhou a disputa pelos direitos sobre o livro e contratou a Drew Barrymore para dirigir a adaptação cinematográfica da obra. Aposto que será um filme no melhor estilo Sessão da Tarde…
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