A Game of Thrones (George R. R. Martin)

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Ao norte da muralha que divide o mundo habitável do selvagem, uma expedição cruza com criaturas que parecem saídas de histórias de terror. Ao sul desta muralha, um rei perdeu seu conselheiro mais fiel e está viajando para convencer seu melhor amigo a tomar este posto. E do outro lado do mar, um casamento é feito com o objetivo de reconquistar um trono roubado. É assim que começa esta história épica.

Logo vamos ficando familiarizados com as personagens principais, suas famílias, costumes e credos. Conhecemos Eddard Stark (fica aqui a declaração de amor pelo Sean Bean, que o interpreta na adaptação da HBO), sua esposa Catelyn e seus seis filhos: Robb, Sansa, Arya, Bran, Rickon e Jon (este último é bastardo).

É Eddard que o Rei veio convocar para servir de conselheiro-mor (ou Hand of the King): os dois lutaram juntos a batalha que destronou o antigo rei e colocou Robert Baratheon em seu lugar. Um convite de um rei parece uma convocação e Ned não vê alternativa a não ser ir para a corte real. Quando o rei sugere que seu filho Joffrey e a filha de Ned, Sansa, se casem, Ned também encontra dificuldade em recusar a oferta (afinal, que casamento pode ser melhor do que com um príncipe??) e ele leva suas duas filhas à King’s Landing consigo, onde fica a corte.

Aqui, oito personagens dividem o espaço para narrar os acontecimentos. Já comentei aqui que normalmente me estresso com esse tipo de narrativa, que acaba sendo empregada só para deixar o leitor ansioso para saber o que vai acontecer depois com certa personagem. Nas Crônicas de Gelo e Fogo, esse tipo de narrativa é bastante útil, pois nos permite ver como as coisas estão nas várias regiões do reino. Temos praticamente um narrador por região, o que faz com que o leitor seja onisciente, mesmo que nenhuma das personagens, nem o narrador, o tenha que ser. Claro que também ficamos curiosos para saber  o que vai acontecer depois com as personagens, mas acredito que o poder de saber o que se passa em todos os sete reinos (e mais longe) compensa.

Os narradores são seis dos Stark: Ned, Catelyn, Sansa, Arya, Bran e Jon; e Daenerys e Tyrion. Às vezes dois narradores se encontram, mas a história nunca é repetida, no máximo algo sobre o encontro é citado. Ainda bem, ou a história poderia ter ficado bem pesada em alguns momentos.

A história escrita por George R. R. Martin envolve bastante política, jogo de interesses e disputa por poder. Aqui a maioria das personagens é movida mais pelo que querem obter do que pela honra; tanto que às vezes parece até que a palavra honra não existe no dicionário de alguns. Este elemento é o que movimenta a trama, e o que torna cada capítulo imprevisível. Também é o que faz algumas personagens serem mais odiadas, afinal, crescemos aprendendo que heróis não morrem e que o bem sempre vence. Numa história em que não há bem nem mal (muito menos uma luta entre eles), apenas egos e honra, somos guiados apenas por nossa própria moral ao acompanhar as ações das personagens.

Um dos aspectos que me interessou mais é que o autor não diferencia entre as personagens na hora de distribuir as desgraças. Não pune mais os “malvados” do que os “bonzinhos” (até porque ele descreve personagens tão reais que às vezes fica difícil separá-los em apenas estas duas categoras). É bem como ele disse na entrevista que fez com o Cornwell (eu traduzi neste post):

“São as personagens cinzas que me interessam mais. São sobre eles que eu prefiro escrever… e ler.”

Apesar de não se passar no mundo real, logo nos esquecemos de que toda a história é uma invenção e não um relato da nossa Idade Média. Isso se não levarmos em conta as criaturas ficcionais que o autor introduziu à história.

Não vou entrar no mérito de comparar esta história com O Senhor dos Anéis. Uma história não tem nada a ver com a outra e fim. Eu não escolheria entre um ou outro: recomendo que todos leiam os dois, pois são histórias igualmente bem escritas, gostosas de ler e com personagens que amamos e odiamos. Os autores são de épocas diferentes e escreviam como convinha à época e isso se reflete na narrativa, mas, novamente, isso não torna uma melhor do que a outra.

E, finalmente, para os fãs da série: a segunda temporada tem data de estréia marcada para 1º de abril! Espero terminar o segundo livro, A Clash of Kings, a tempo!

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