O que mais gosto nos dramas históricos é que o foco nem sempre é no romance e há muito mais para contar. É claro que quando o romance é bem contado e os protagonistas são empáticos a história só fica melhor. E foi com isso em mente que comecei a ver Tamna, The Island. Com locações para lá de paradisíacas, um protagonista estrangeiro (o francês Pierre Deporte) – algo não muito comum em doramas e um mote histórico interessante, Tamna prometia ser uma dessas histórias. Mas, fui com sede demais ao pote… o romance, apesar de interessante no início, acabou ficando cansativo. O que salvou o dorama e o motivo pelo qual ele merece ser visto é a parte histórica: o desenvolvimento social da Ilha de Jeju, o cotidiano das mergulhadoras, as tramoias políticas e econômicas e a parte investigativa da trama.
- Título: 탐나는 도다 / Tamnaneun Doda
- Também conhecido por: Tempted Again / Shipwrecked / Tamra, The Island / Tempted Again / Love, The Island
- Gênero: histórico
- Episódios: 16
- Período em que foi ao ar: 08/Agosto/2009 à 27/Setembro/2009
- Rede de televisão: MBC
- Diretor: Yoon Sang Ho
- Roteiristas: Shin Jae Won, Lee Ji Hyang e Choi Yi Rang
Antes de falar da história do drama, uma pausa para uma informação básica sobre estas que serviram de inspiração para os roteiristas: as Haenyo.
Haenyo – literalmente “mulheres do mar” é o nome dado as mergulhadoras da ilha de Jeju. Essas mulheres representam parte de uma tradição secular, que começou, pasmem, porque os altos impostos sobre os animais marinhos tornava a atividade pouco rentável para os homens. Mas, no século 18, uma lei tornou a atividade rentável para as mulheres que não precisariam pagar os impostos. Pronto, estava instituída a tradição da pesca pelas mulheres, que se tornaram as principais provedoras da família, ajudaram a promover a expansão econômica da ilha e a instituição de uma sociedade matriarcal. Durante a década de 70, as exportações de frutos do mar para o Japão aumentaram o lucro das mergulhadoras que passaram a enviar seus filhos para estudar no continente, bom pelo lado educacional, mas ruim para a tradição, já que o interesse das moças pela profissão das mães decaiu cada vez mais. Hoje em dia, o número de Haenyo não supera os cinco mil e a idade média de uma mergulhadora é de 55 anos, mas há mergulhadoras com mais de 70 anos. Há relatórios que sugerem que há apenas duas Haenyo abaixo dos 30 anos em toda a ilha. As mergulhadoras não utilizam tanques de oxigênio e chegam a mergulhar até 60 metros de profundidade.
Há 370 anos (1640), Chosun (nome antigo da Coreia) estava sob o reinado de In Jo que isolou o país, em uma época que os países vizinhos comercializavam livremente entre si e com o resto do mundo. No ápice do ciclo das navegações, Chosun foi o único país que não participou do círculo comercial. Foi durante esse período que o caminho de três jovens se cruzam…
Jang Beo Jin (interpretada por Seo Woo) está em treinamento para se tornar uma das mergulhadoras da ilha de Jeju, mas ela não é muito boa na atividade e na verdade não tem pretensão de seguir a carreira da mãe, chefe das mergulhadoras da vila Sanbang.
Park Kyu (Im Ju Hwan) é um nobre de Hanyang – antigo nome de Seul – que foi condenado ao exílio em Jeju. Seu primeiro contato com Beo Jin não é dos melhores e para piorar o moço ficará sob responsabilidade da mãe de Beo Jin. Com esses dois sob o mesmo teto, os desentendimentos são certos.
William Spencer (Pierre Deporte) é um rapaz inglês fascinado pelo oriente. Durante uma viagem para o Japão, o navio em que estava enfrenta uma tempestade e ele é lançado ao mar próximo à ilha de Jeju. Beo Jin encontra o rapaz e como Chosun está fechada ao estrangeiro, o rapaz corre risco de vida e a garota o esconde.
Eis o começo do triângulo amoroso, que no início me empolgou, mas depois foi tanto lenga lenga que não tinha mais paciência com a indecisão da Beo Jin. Ainda bem que havia mais assuntos nessa história. Sejam os roubos e as injustiças cometidas em Sanbang, que Park Kyu começa a investigar por conta própria, ou o fato de que Park Kyu não é um exilado comum, ou ainda o surgimento na história de Seo Min (Lee Seung Min) e suas atividades ilícitas. Além é claro, do fato de personagens não serem realmente quem aparentam ser e a luta de Beo Jin para não obedecer a sina de se tornar uma mergulhadora.
Enquanto a parte investigativa e histórica foi bem conduzida, o mesmo não se pode dizer da parte romântica. O triângulo amoroso seguiu indefinido durante praticamente toda a história, o que por um lado foge do senso comum nos doramas, no qual já sabemos antecipadamente com quem a mocinha irá terminar, mas por outro lado torna o acompanhar da história bem cansativo. A segunda parte da história foi praticamente apenas sobre a escolha da garota e a única coisa que salvou foi o lance da investigação sobre o comércio ilegal, que apesar disso foi relegada à segundo plano e teve sua conclusão conduzida de forma apressada apenas no último capítulo. Eu teria cedido de bom grado, alguns momentos da Beo Jin e do William por mais cenas de ação.
Vale a pena mencionar:
- O drama é baseado no mangá homônimo de Hye Na Jung publicado em 2007 e que teve 14 volumes.
- A atriz Seo Woo não sabia nadar, para interpretar Beo Jin ela treinou intensamente durante 3 meses.
- Devido à baixa audiência, o drama foi cortado de 20 para 16 capítulos.
Para conferir:
Projeto do fansub Yö Dramas. O projeto pode ser acessado aqui. Prestigiem os fansubs!
Fontes:
http://wiki.d-addicts.com/Tempted_Again
http://www.negociosdojapao.com.br/haenyo-as-mulheres-do-mar-da-ilha-de-jeju/
Nubia, eu me sinto extremamente culpada por vc nao ter gostado mto do dorama. Eu sempre exagero qdo gosto mto de um drama e nao foi diferente com Tamna! Ja vi resenhas negativas sobre esse dorama, confesso! Mas mesmo assim, continuo a ama-lo! Sei lá, simplesmente me cativou! Eh certo que há um lenga lenga mesmo e a Beo Jin chega a irritar as vezes com tanto interesse pelo William, mas mesmo assim eu gostei mto do dorama! hehehhhee Amei a trilha sonora, a fotografia e tbm o ator Ju Hwan que já conheço de outros carnavais e virei fã! KKKKKKKKKKK
Nuss…super legal vc falando das nadadoras lá da ilha de Jeju! Enfim, Tamna. the island pode nao ser pra mtos um otimo dorama mas pelo menos sai um pouco do convencional né?! hehehehe
Parabens pelo post amiga! *_* Bjus! Quero só ver o de Dream High! (#medo( KKKKKKKKKKKKKK
Ps.: Se vc não gostar de The King 2 Hearts e The Moon That Embraces The Sun, então desisto de te indicar doramas! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Brinks! Até flor!
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kkkk não precisa se sentir culpada Alay, eu já tinha o drama antes de você vê-lo e falar sobre ele e iria vê-lo de qualquer maneira. =P A história é fraquinha, mas valeu a pena ter visto, não me arrependo não, apesar de todo o lenga-lenga. Ah, ouvi a trilha sonora e ela é ótima mesmo, as músicas são lindas!
E não precisa ter medo pelo de DH, eu gostei muito da história. \o/
PS: não desista não, mesmo que eu não goste de alguns. =P =**
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oiéee
Tudo bem?
Encontrei seu blog, quando procurava spoiler de Tamna (você não me deu eles¬¬, mas gostei de sua resenha)
Prazer, meu nome é Darin =D
Puxa, que legal a sua introdução sobre as haenyo*-* Para mim, é sempre maravilhoso saber um pouco mais sobre a Coréia e sua cultura, valew
=D
Estou assistindo Tamna enquanto malho (sim, sou uma pessoa estranha que não tem tempo para nada e assiste dramas enquanto faz bicicleta ergométrica @.@ pois se sente culpada se assistir dramas ao invés de fazer as inúmeras coisas que tem para fazer =( ). Assim, ainda não terminei o drama, estou iniciando a segunda parte, aquela em que os dois vão para chosun e deixam a sonsinha chorando…
Bom, eu diferente de você estou a-m-a-n-d-o o drama. Sério, sempre quis ver um ocidental atuando em um drama coreba *0* Estou realizada. Sem falar que é meu segundo drama histórico =D.
Vou falar do spoiler que procurei e não encontrei aiaiaiai, com quem a jin vai ficar, tantantantannnn Porém isso está meio óbvio, não?
POSSÍVEL SPOILER (sei lá, não terminei de assisti)
Posso me surpreender (vou amar se me surpreender), mas ela com certeza vai ficar com o Park Kyu (o Fuck you rsrsrs – piada idiota, mas sempre rio quando lembro), não?
Tipo, isso é clichê de dramas, o cara se apaixona pela mocinha que já está apaixonada por outro, então ele tenta e tenta e consegue fazer a mocinha esquecer o primeiro amor (que é tudo de bom que pode existi e cometeu um errinho bobo ou nem isso) e ficar com ele¬¬ (odeio isso nos dramas e 99% dos finais corebas são assim)…
Gostei de sua resenha e espero que o final não seja tão chato quanto eu estou prevendo. Se me surpreender venho falar minhas impressões
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¬¬ Não me surpreendeu em nada…
Odeio finais previsíveis…
Lógico que uma mulher coreana não iria se render a um estrangeiro…
lógico….
Darin, vc é uma tonta e iludida…
='(
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Oi Darin, rsrs, desculpa, mas sempre tento evitar fornecer spoilers porque não suporto quando me entregam o final de uma trama. Mas, fico contente que tenha gostado da resenha mesmo assim. 😉
Como disse na resenha, achei a parte romântica da história muito chata, a parte da investigação foi muito mais divertida de acompanhar, sei lá, depois de assistir alguns outros doramas históricos e de ação, cheguei a conclusão que dar enfase no romance nem sempre é a melhor saída.
Agora quanto ao casal, uai, eu sempre achei que fosse o contrário. Porque geralmente a mocinha é apaixonada por um garoto desde sempre, aí vem um outro super tudo de bom, carinhoso e talz e que quase consegue ter alguma coisa com ela, mas no fim sempre perde para o primeiro, que muitas vezes pisa feio na bola com ela. Justamente o contrário do que você falou! o.O
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