“Se eu quisesse apenas saber o que aconteceu naquele dia do inverno passado, seria fácil. Não seria divertido, mas seria fácil. Mas não é isso que diz seu bilhete. Ali, pede que eu escreva a história do que aconteceu e tudo o que levou ao acontecimento.”
Miranda e Sal eram amigos desde que se entendiam por gente (alguns dizem que até antes disso), sempre estudaram na mesma escola, voltavam para casa juntos todos os dias e conheciam muito bem o bairro onde moravam em Nova York. Mas isso foi até aquele dia estranho, o dia em que Sal apanhou de um desconhecido na rua e a amizade dos dois começou a ruir. E para piorar a casa de Miranda foi invadida e ela começa a receber estranhos bilhetes que alertam sobre a morte de alguém, alguém próximo e que ela pode ajudar a salvar. Lidando com esse mistério e com o fato de estar sem o seu amigo, Miranda acaba se aproximando de outros jovens de sua escola: Annemarie, Colin e até o estranho Marcus, o responsável pela surra de Sal. Com novos personagens, novos caminhos são traçados, novas aventuras ocorrem e são essas descobertas que acompanhamos juntos com Miranda, sua nova amizade com Annemarie e Colin, os papos cabeça com Marcus e a dúvida sobre os bilhetes ali, sempre rondando e garantindo o mistério, o que te faz ler o livro rapidamente, só para sanar a curiosidade.
Pode uma história leve, à primeira vista bobinha, discorrer sobre as implicações do tempo? Utilizando a literatura de Madeleine L’Engle, em especial o livro “Uma dobra no tempo (A Wrinkle In Time)”, como ponto de partida e inspiração, Stead conseguiu discorrer sobre viagens no tempo, suas implicações físicas e filosóficas de forma bem despretensiosa e que garantiu à obra uma profundidade inesperada.
“O tempo é como um anel todo cravejado de brilhantes – sem começo nem fim, cada pedra um momento.”
Stead registra esses momentos na vida de Miranda, algumas pedras às vezes parecem não se encaixar no contexto e dão a impressão de estarem ali apenas para ocupar espaço, mas no final, o anel é preenchido, algumas pedras mais brilhantes que outras. E é divertido pular de um momento a outro, ainda que descompromissada, a leitura de Amanhã Você Vai Entender é prazerosa, e não só para os mais jovens.
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