Élia Barceló é uma autora espanhola de bastante sucesso mundo afora. A autora escreve romances policiais, ficção científica e literatura fantástica para adultos e jovens, e foi esse último gênero o escolhido pela Editora Biruta para começar a publicar seus livros no Brasil. E começaram com o pé direito, escolheram Cordeluna, um romance juvenil, ganhador do Prêmio Edebé de Literatura Juvenil, que mescla história medieval, romance e magia no melhor estilo conto de fadas.
“E enquanto os protagonistas atuais da história que vai começar vivem sua vidas cotidianas, outros protagonistas que já não têm nada, exceto seu amor e sua esperança, aguardam nas trevas geladas que o milagre aconteça.
Tudo começou há mil anos.
E, para o bem ou para o mal, acabará agora.”
A autora toma emprestada uma figura histórica espanhola e recria em volta dela um romance atemporal. Como ponto de partida uma antiga espada, chamada Cordeluna, que parece encerrar estranhos poderes e que faz parte de uma lenda de amor.
Com o jovem cavaleiro Sancho Ramírez, mergulhamos na Idade Média. O rapaz era vassalo do senhor Dom Rodrigo de Vivar (mais conhecido como El Cid), bom guerreiro e que vivia despertando as atenções das mulheres, sua última fã foi a viúva Dona Brianda, relacionamento esse que até poderia ter tido algum futuro se o rapaz não tivesse se enamorado pela jovem enteada dela, Guiomar. Um amor que desde o início já tinha tudo para dar errado, Guiomar era uma jovem da nobreza, Sancho um humilde ginete. Apesar dos empecilhos lutaram para viver seu amor, mas só puderam presenciar ele ser destruído pelo ódio e pela inveja e ser relegado às profundezas de uma maldição que só mil anos depois terá sua última chance de redenção.
Na Espanha atual conhecemos Glória e Sérgio, dois jovens que foram selecionados para participar de um projeto de uma peça teatral em homenagem a El Cid. Eles e outros jovens irão ficar alojados em um antigo mosteiro na região dos Burgos, vivenciando os costumes da Idade Média. No primeiro encontro dos dois, sentimentos fortes brotam e ambos começam a ter estranhas sensações e visões. Como a história de Sancho e Guiomar mil anos atrás se espelha na vida de Sérgio e Glória? Conseguirão eles quebrar essa maldição tão antiga?
Barceló intercala com propriedade os fatos passados e presentes, e tal como uma colcha de retalhos, os pedaços vão sendo adicionados aos poucos e um padrão vai emergindo lentamente. A transição entre um período e outro é bem marcada pelas mudanças no estilo narrativo e a forma como a autora nos conta a história é cativante. Palavras de pouco uso, termos técnicos ou fatos históricos eventualmente utilizados são explicados por meio de notas de rodapé. E no final, Barceló ainda traz um posfácio com informações históricas importantes sobre o período em que se passa a história e sobre El Cid. Outro adendo positivo é a excelente diagramação e o cuidado da edição brasileira.
Um romance juvenil, mas com um enredo que poderia muito bem servir para um romance mais adulto também. Acho até que seria interessante, e não é muito difícil imaginar um Cordeluna mais maduro, com batalhas sangrentas, conspirações políticas e religiosas mais afiadas e intrigas, muitas intrigas. Mas, esse é o meu lado viciado em romances históricos falando, a parte que curte romances juvenis ficou muito satisfeita com a história. Enfim, Cordeluna agrada desde os que gostam de romances juvenis, quanto os que nutrem uma predileção pelo período medieval. E eu, virei fã do trabalho da Barceló e fico na torcida para que novos romances da autora aportem por aqui.
Gostaria de agradecer à Dana do blog Bookaholic , que organizou o Book Tour e me propiciou essa descoberta.
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Que é isso, Núbia! Eu que agradeço sua participação e todo o cuidado que teve. =)
Valeu!
Abraços.
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