“Esfrego as palmas das mãos nos joelhos: um lado do meu cérebro sugere que esse site pode ser um site do futuro. O outro lado dá bronca no primeiro por ser tão idiota.”
O ano é 1996 e menos da metade dos alunos das escolas de ensino médio nos EUA já tinha utilizado a internet. Emma não faz parte dessa estatística. Ela acaba de ganhar um computador do seu pai e por intermédio de Josh, seu vizinho e amigo de longa data (ainda que a amizade não esteja mais tão forte assim atualmente), ela também ganha um CD-ROM da América Online. Um CD que lhe garante algumas horas grátis na internet. Mas, quando Emma acessa a AOL pela primeira vez, ela também acessa um site cheio de fotos, com uma parte chamada de feed de notícias no qual as pessoas parecem compartilhar todos os fatos de suas vidas, até o mais banais, e onde você escancara para todos qual o seu status de relacionamento… Um site chamado Facebook. O mais estranho é que ela está acessando esse tal site, pelo perfil de uma tal de Emma Nelson Jones, alguém com mais de 30 anos e que parece conhecida demais…
Será esse site uma janela para o futuro? Ou uma pegadinha de mal gosto de alguém? A situação é tão estranha e absurda que para desvendar esse mistério Emma e Josh acabam relevando a estranheza atual de sua relação e às voltas com o futuro retornando aos poucos à amizade que já tiveram no passado. Os capítulos são alternados entre Emma e Josh e gostei muito da editoração e diagramação, tanto na capa muito bem produzida (e bem melhor que a original), quanto na forma gráfica escolhida para representar o narrador da vez. Utilizar o :// foi uma ótima sacada e tem tudo a ver com o mote da história. O futuro para Josh parece ser tudo o que ele sonhou. Já Emma percebe que o seu não lhe reserva coisas boas e ao perceber que as ações de agora provocam mudanças em seu futuro, ela tenta de todas as formas torná-lo mais agradável aos seus olhos. E é claro que com o poder de mudança nas mãos, nada é bom o suficiente e Emma acaba se enveredando em uma jornada em busca do futuro perfeito que aos poucos acaba impedindo-a de viver o agora. Talvez seja essa a lição – previsível – a se tirar da história.

Fonte: Techworld
A narrativa fluída de Jay e Carolyn é daquelas que você lê 100 páginas sem nem perceber. Diverti-me com alguns diálogos, principalmente os que envolvem a Kellan e o Tyson (amigos de Emma e Josh). Aliás, Kellan nem aparece tanto assim, mas rouba a cena que cabia a Emma, uma tarefa que não acaba sendo tão difícil quando a protagonista acaba se mostrando uma chata de galocha. Porque se no início tive certa empatia pela personagem, fomentada pelo fato dela gostar de biologia e tocar saxofone na escola, aos poucos ela foi se transformando em birra com seu egoísmo exacerbado e seu pensamento de que o mundo conspira contra ela e sua felicidade, ai ai, um pouco menos de drama teria sido bom. Sim, foi divertido ler sobre o futuro da perspectiva do passado e é realmente uma pena a história não ter sido bem aproveitada. Com um argumento interessante desses nas mãos, os autores pecaram ao deixar a história tão superficial, problemas familiares que nem eram tão problemas assim, preocupações com o futuro, as dúvidas entre tentar mudar o que há de vir ou se conformar com o já determinado, a crítica velada ao uso das redes sociais, toda uma gama de conflitos que acabaram sendo restringidos a mais um romance entre amigos como em muitos livros por aí. Valeu pela nostalgia de rememorar a década de 90 e pela diversão da leitura, mas foi impossível não ter a sensação de que poderia e merecia ter sido mais.
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Achei muito interessante a historia! Espero que seja realmente boa! 🙂
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