Ana tem 20 anos, estuda Direito, é mineira de BH e se julga apaixonada por Artur. Uma vida simples que acaba de ser sacudida por uma mensagem que ela recebe no Facebook. A mensagem de um misterioso homem (Andrej Markov) dizendo que acha que é seu pai. Além da descoberta do progenitor, a surpresa ainda é maior, porque Andrej é rei de Krósvia, um pequeno país no sudeste europeu, e Ana é sua única filha e herdeira do trono de um país do qual ela nunca nem ouviu falar.
De repente, ela se vê às voltas com uma eminente viagem para a Krósvia para conhecer o país de seu pai, tendo de deixar do outro lado do oceano, sua família, amigos e o projeto de relacionamento com Artur. E chegando lá, a transição que já não é fácil, torna-se ainda mais difícil com a presença de Alex, o enteado de seu pai que parece não estar nem um pouco contente com sua chegada. Mas é claro que toda essa antipatia inicial acaba evoluindo para algo mais, mesmo com Alex tendo uma namorada. Eis o cerne do enredo de Simplesmente Ana, uma história que lembra muito a criada pela Meg Cabot em Diário de uma Princesa, e com a qual a própria protagonista faz uma brincadeirinha em uma parte da trama. Enfim, Ana pode ter começado seguindo os passos de Mia Thermopolis, o que de fato me fez ficar com o pé atrás em relação à história da Marina. Mas, apesar dos pontos em comum e da profusão de clichês a história é bem divertida. Ana é uma protagonista cativante, de opinião forte e com uma paixão enorme por livros. Além disso, não é todo dia que uma princesa perdida é encontrada, ainda mais brasileira né, e é impossível não rolar uma identificação. E o mocinho com ares de bad boy também é um dos motivos pelo qual vale a pena acompanhar essa história. Apesar de toda a raiva que Alex nos faz passar em alguns momentos é muito bom acompanhar o desabrochar dessa relação, regada com alguns diálogos bem espirituosos.
Agora se por um lado, o relacionamento de Ana e Alex foi bem trabalhado, o mesmo não se pode dizer da relação de Ana com o pai. Sim, eu senti muita falta de um foco maior na relação de pai e filha, ainda que a estrela da história seja o romance. Até entendo a premissa do rei ocupado e sem tempo para a família, mas nos poucos momentos que tinham juntos faltou um maior comprometimento, a construção e o surgimento da afeição entre eles não foi trabalhado. Ora se a ideia era ela ir para a Krósvia conhece-lo melhor e a seu país, custava ter feito um pouquinho mais de esforço para se mostrar mais presente? Uma maior ênfase nessa parte da trama não impediria o desenvolvimento da relação entre Alex e Ana. Os dois plots poderiam caminhar bem juntos e tornar a história mais completa. Mas, apesar dos pesares, Simplesmente Ana é uma leitura leve e divertida, e rápida, mérito do texto fluído da Marina. Quem gosta de romance e contos de fadas vai se divertir com essa história.
Quanto ao formato e parte gráfica do livro, tenho que dizer que a capa é linda e tem tudo a ver com a história, mas a diagramação interna poderia ter sido um pouquinho mais cuidadosa. No geral o trabalho ficou bom, mas ainda acho que poderiam ter trabalhado mais na diferenciação das formas especiais de diálogos, uma diagramação que destacasse melhor as conversas pelo serviço de bate-papo (Aliás, fui só eu que fiquei incomodada com a profusão de naum, valew e eh ao longo dessas conversas? Internetês é bom na internet, mas simplesmente não combina com livros.), que não tivesse pecado pelo excesso de marcadores dos interlocutores nas conversas pelo telefone e nem cortado quadros de textos para otimizar espaço.
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É tão bom ler uma resenha que mostra pontos fortes e fracos do livro, quando há, claro.
Adoro essa sensação de me envolver completamente com a personagem e desconfio que esse livro me dê essa alegria…
A identificação e/ou aprovação de uma ou mais personagens é fundamental pra gente se aproximar da história, não é? Eu detesto quando a personagem é sem empatia, quando não me desperta nenhum sentimento.
Quero tanto ler esse livro!
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