“- O fato de ele ser sua alma gêmea não quer dizer que vocês precisem obrigatoriamente ficar juntos. Existe o livre-arbítrio, embora ele esteja no seu destino. Mas você pode escolher. Só que isso não significa que você não vá amá-lo pelo resto de sua vida, mesmo que tome outro caminho.”
Flávia tem 18 anos é recém-chegada de Lavras em Minas Gerais e mudou-se para Viçosa para cursar Agronomia na Universidade Federal de Viçosa. Seus pais morreram quando ela ainda era criança e ela foi criada pelos tios, mas sentindo-se sufocada pela tia decidiu respirar novos ares e se aventurar em uma nova cidade. Ali, já no primeiro dia de aula faz amigos entre os calouros (Gustavo) como ela e entre os veteranos também (Felipe e Mauro). Ela também conhece Carla, a namorada de Luigi (um dos outros moradores da mesma república que o Felipe), tão odiada por seus amigos que não entendem como ambos estão juntos até hoje. Ainda que eles suspeitem a razão e nem imaginem o quão certo estão.
Fora da universidade ela conhece Sônia, sua vizinha de andar e dona da única loja esotérica da cidade. É Sônia quem lhe apresenta o mundo da wicca e revela segredos do passado da família de Flávia. É assim que em meio a provas, festas e encontros com os amigos, que a garota acaba envolvendo-se com o mundo místico e determinada a encontrar sua alma-gêmea acaba fazendo um feitiço para atraí-lo até ela. O que Flávia não contava era que Luigi, o menino que ela passou a odiar de lambuja por causa da Carla, fosse ser seu predestinado e que a descoberta desse destino pudesse gerar tantas intrigas e planos perversos para mantê-los separados…
Graciela utiliza fatos de sua vida para criar sua história (sua experiência enquanto aluna de agronomia na UFV, assim como a Flávia; sua passagem por Lavras, cidade natal da protagonista), e por saber sobre o que está falando, imprime na história ainda mais realismo e suas descrições dos locais saltam aos olhos. É possível imaginar a UFV em todos os seus detalhes, enveredar pelas ladeiras de Viçosa como um morador antigo, ou virar freguês de carteirinha do Lenha. Já seus personagens, são cativantes. É impossível não cair de amores pelos moradores da república da Máfia, por dona Sônia e Seu George e mesmo por outros personagens que têm participação menor nessa história.
A escolha de utilizar o ambiente universitário como pano de fundo para esse romance mostrou-se uma ótima ideia. E a mistura de romance, misticismo e intrigas rendeu uma trama envolvente. Até Eu te Encontrar é daqueles livros de um dia, porque já aviso, é difícil largar a leitura antes de saber como essa história termina. Um romance descontraído e bem brasileiro (melhor seria dizer bem mineiro). Não torça o nariz só porque não acredita ou não simpatize com o lado místico da trama, não é porque você concorda com o pensamento do Sheldon sobre zodíaco e afins, que não pode curtir a história de Flávia e Luigi.
Esta é a segunda edição de Até Eu te Encontrar. O livro foi publicado originalmente em 2011 pela Vermelho Marinho. A edição de 2013 ganhou uma nova editora e uma nova capa, e lembro que na época de divulgação da mesma, rolou um burburinho tremendo nas redes sociais de leitores que não concordaram com a “entrega” da presença da magia na história logo de cara. Bem, não conheci a história da Graciela por sua primeira edição, não sei se realmente o lance da wicca realmente funcionou como fator surpresa no primeiro livro, até porque qualquer leitor mais atento percebe as entrelinhas dessa trama ainda no início da história. A capa da Novo Conceito não está entre as mais bonitas, mas também não destoa ou entrega a totalidade da trama como muitos alegaram. No geral, ela cumpre seu papel. E não acho que seja spoiler (e olha que eu sou uma pessoa com tolerância zero no que diz respeito a eles) sabermos de cara que haverá bruxas e almas gêmeas nessa história, Até Eu te Encontrar não é só sobre isso, em meio a feitiços, magias e intrigas, também sobra espaço para paixonites, amores verdadeiros, amizades e escolhas profissionais. Um caldeirão de misturas bem conduzido por Graciela em seu romance de estreia.
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Também li esse, só não gostei do nome que ela deu pras coisas (lanchonete, restaurante e tal) :{
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Que resenha fofa =) Obrigada, amei tudo o que você falou do meu livro!!!
Graciela
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Ah, sobre o comentário da Fábia, os lugares do livro são reais, exceto o Lenha, por isso os nomes um tanto fora do usual rsrs como eles existem mesmo, não tinha como mudar, né? hehehe
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Eu imaginei que fosse isso mesmo, mas como não conheço Viçosa não tinha como responder. Se passou realismo para quem não conhece a cidade, deve ser muito bom ler a história já conhecendo a terra do doce de leite hehe.
Obrigada pela visita e pelo comentário Graciela, é sempre uma alegria receber um feedback do autores que lemos. Espero que logo tenhamos novos livros por aí. 😉
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