Na Roma de Julio César, sobre a qual eu estou lendo nos livros de Conn Iggulden, vivia um poeta que se tornaria imortal pela sua obra. Caio Valério Cátulo descrevia em seus poemas a vida em Roma, e as pessoas que lá viviam. Como poeta, não poderia deixar de se apaixonar perdidamente por alguma mulher completamente inapropriada para ele. Lésbia, em seus poemas, Clódia, na vida real, era uma mulher casada, dez anos mais velha e tinha pelo menos outros cinco amantes.
Helen Dunmore utilizou as informações que Cátulo e outros poetas contemporâneos deixaram em seus poemas para recriar a história de amor entre ele e sua Lésbia. A história conturbada envolve envenenamento, traições e vinho, muito vinho.
É um estilo diferente de livro, não diria que é em primeira pessoa, mas também não é em terceira pessoa. A autora escreve de uma maneira que parece que o narrador é consciente do que está acontecendo, como se fosse autobiográfico. Em alguns momentos, até fiquei confusa com esse estilo, mas sem desmerecer, apenas por ser diferente do que normalmente lemos.
Eu me interessei por esse livro porque um dos poemas de Cátulo a Lésbia é citado no primeiro livro da série Outlander, da Diana Gabaldon, e eu sempre o achei lindo, então quis conhecer a história do casal. Fiquei bastante surpresa ao descobrir como o amor entre eles foi difícil. Não que eu duvide que Clódia o amasse, mas ela parece não valorizar o que tem ao seu lado – tanto que teve vários outros amantes. Quando lemos sobre amores, esperamos que sejam sempre estupidamente recíprocos, e nos escapa o fato de que existem diversos tipos de amor.
“Permita então que beijos apaixonados permaneçam em nossos lábios, comece a contagem: até mil e cem, e mais cem e mais mil.”
Este é um livro diferente de qualquer outro que já li, e recomendo a quem gostaria de conhecer a história de amor que inspirou (e continua a inspirar) diversos outros artistas.
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