Atenção, esta resenha trata dos acontecimentos ocorridos entre o segundo e o terceiro livro da trilogia Estilhaça-me e pode haver spoilers sobre fatos do livro anterior. Para saber o que eu achei dos livros anteriores, confira os links no final desta resenha.
Assim como Destrua-me serviu de ponte para os acontecimentos narrados nos dois primeiros livros da trilogia de Mafi, agora cabe a Fragmenta-me preparar o terreno para os acontecimentos derradeiros envolvendo a luta dos rebeldes do Ponto Ômega contra o Restabelecimento.
“O simples fato de ver o rosto dela ainda faz meu peito doer, mas a verdade é que eu não tenho mais ideia do que está acontecendo entre nós. Prometi a ela que encontraria uma maneira de passarmos por isto – e tenho treinado como um condenado, como sempre fiz -, mas, depois da noite passada, não vou mentir: estou um pouco apavorado. Tocar nela é mais sério do que já pensei. ”
Se com Destrua-me Mafi promoveu a desconstrução da imagem que tínhamos de Warner e engrossou as fileiras de torcedores para que algo mais viesse a acontecer entre Juliette e o líder do Setor 45. Com Fragmenta-me, ao dar voz desta vez para Adam, ela sepulta de vez qualquer torcida que ainda teime a pender por esse lado do triângulo amoroso. Mais do que nunca as diferenças entre Warner e Adam estão aparentes, e enquanto no primeiro Mafi parece ter investido toda sua criatividade para criar um personagem complexo, capaz de inspirar os mais diversos sentimentos, no segundo ela parece apenas evidenciar ainda mais a personalidade plana e sem graça. E quando analisamos o relacionamento de ambos com Juliette essa diferença fica ainda mais gritante. Pois, enquanto Warner parece enxergar em Juliette a força que nem mesmo a garota vê em si, Adam a enxerga como uma garota extremamente fraca, que constantemente beira à insanidade e que precisa ser desesperadamente protegida. Alguém que não deve participar da ação e que não entende realmente o que está acontecendo. Sério Adam? Só porque ela esteve presa e foi tratada como maluca durante muito tempo ela é incapaz? Apenas quem teve treinamento de soldado (no caso você) está apto a lutar? É impossível não perceber o contraponto com toda as características e mudanças que Mafi veio inserindo em Juliette ao longo dos livros da trilogia. É no mínimo paradoxal continuar torcendo por um relacionamento que relega a protagonista e todo seu potencial a mero personagem coadjuvante. O que deixa claro qual a escolha de Mafi e o que podemos esperar da parte romântica dessa história em seu capítulo derradeiro. O que no fim das contas já era o que a maioria esperava depois de Liberta-me, tornando a leitura de Fragmenta-me até certo ponto dispensável.
No mais temos mais amostras do relacionamento (super fofo) de Adam com James, diálogos impagáveis (e que prometem muitos outros futuramente) com Kenji, e uma boa dose de drama e tragédia que prenuncia um início frenético em Incendeia-me.
O e-book de Fragmenta-me foi disponibilizado gratuitamente pela Editora Novo Conceito e pode ser obtido nas principais lojas virtuais: Amazon, Kobo, Saraiva .
Conheça a Trilogia Estilhaça-me (Shatter Me)
Pingback: Incendeia-me (Tahereh Mafi) | Blablabla Aleatório