O Trono das Sombras (Jennifer A. Nielsen)

Atenção, esta resenha trata sobre os acontecimentos do último livro da Trilogia do Reino. Por isso, pode conter spoilers, revelando parte do conteúdo dos livros anteriores. Para saber o que eu achei deles, confira os links no final desta resenha.

O-Trono-das-Sombras

“Vilões, intrigas e inimigos são coisas simples para mim. Mas as amizades são complicadas, e o amor é ainda mais difícil. Isso tem me ferido de maneiras que uma espada jamais seria capaz.” Página 144.

Depois de dois primeiros volumes, nos quais Nielsen sempre primou por conclusões repletas de batalhas, revelações surpreendentes e por futuros nada auspiciosos. Era de se esperar que a conclusão da trilogia, iniciada em O Falso Príncipe, tivesse sua conclusão pautada em batalhas (e há muitas) e revelações (algumas surpreendentes, outras nem tanto mas, nem por isso piores), só que dessa vez com a esperança de um futuro mais promissor e feliz para aquele que nos conquistou quando ainda era considerado um zé ninguém nos confins de Carthya e que se redescobriu como rei. E Nielsen não decepciona. Sua narrativa continua explosiva e fluída. Imprimindo um ritmo que clama por uma leitura ininterrupta.

Finalmente a promessa da Guerra pelo domínio de Carthya, que levou Conner a perpetrar seus escusos planos envolvendo três garotos órfãos e a disputa por uma coroa, se concretizou. Sage foi revelado a seus súditos como sendo o verdadeiro príncipe Jaron, tentaram em uma medida desesperada fazê-lo desistir do trono e desacreditá-lo, mas ele deu a volta por cima, e agora, o rei Vargan, de Avenia, dá sua última cartada. Imogen, a garota que o ajudou enquanto Sage e que não se intimidou perante o Jaron, que tentou manter-se distante porque Jaron está prometido a Amarinda, foi sequestrada. E é claro que Jaron não deixará sua amiga, talvez a pessoa por quem tenha os sentimentos mais fortes, pene nas mãos do inimigo. E é assim, com uma missão de resgate e com muitos imprevistos e perdas pelo caminho (What? Nielsen!) que tem início a principal jornada de Jaron para salvar seu reino.

Desde o primeiro livro, Nielsen vem moldando seu protagonista perante nossos olhos. Explorando suas fraquezas, seus medos, defeitos, mas também suas qualidades e sua força. Centrados em Jaron foi meio difícil perceber as mudanças sofridas pelos outros personagens também. E Nielsen, ter reservado um pouco da trama para explorar essas mudanças foi uma das coisas de que mais gostei. Perceber que assim como Jaron, Tobias e Roden, os outros dois órfãos do início desta história, também passaram por mudanças drásticas. Também tiveram seus pontos fracos e fortes explorados e participaram ativamente desta história. Não foram simplesmente esquecidos como co-protagonistas de uma etapa que Jaron precisava superar, mas se tornaram de fato, co-protagonistas ao longo de toda a trama. E não só eles. Temos também Mott, um dos personagens que mais me cativou e olha que cheguei a odiá-lo fortemente lá no início. Imogen, Amarinda e o pequeno Fink e sua língua incontrolável. Nielsen resgata todos os seus personagens e faz bom uso deles para encerrar sua história.

E nossa, acho que nunca torci tanto por um clichê em um livro. E felizmente Nielsen não me decepcionou. Garantiu o clichê e ainda incluiu mais algumas surpresas no pacote.

Se no primeiro livro Nielsen traz o redescobrimento de Sage como Jaron e no segundo sua autoafirmação como rei de Carthya, em O Trono das Sombras ela o sagra como herói. Há muito clangor de espadas e escudos, mas como já era de se esperar, boa parte dessa guerra é encaminhada em meio a tramoias e planos mirabolantes e impossíveis. Tudo o que poderia se esperar de Jaron, o príncipe, Sage, o órfão e Jaron, o Rei. É uma conclusão de tirar o fôlego e que encerra com maestria a trilogia. A Trilogia do Reino é uma obra essencialmente infanto-juvenil, mas conta com elementos para agradar até mesmo os leitores mais velhos.

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