O Sangue do Olimpo (Rick Riordan)

Atenção, esta resenha trata dos acontecimentos ocorridos no quinto e último livro da série Os Heróis do Olimpo e pode haver spoilers sobre fatos dos livros anteriores. Para saber o que eu achei dos outros livros, confira os links no final desta resenha.

CAPA-O-Sangue-do-Olimpo

Quem poderia imaginar que o desaparecimento de Percy Jackson e a inclusão de um novo acampamento de semideuses, desta vez romanos, poderia render histórias tão dramáticas, divertidas e repletas de aventura como em sua série antecessora (leia-se Percy Jackson e Os Olimpianos)? Riordan acertou em cheio em resgatar velhos conhecidos, trazer novos personagens, e, ao misturar ambas as faces dos deuses e trabalhar muito bem essa bagunça ao longo dos livros. Aliás, ver Atena-Minerva transtornada, Ares-Marte doido por uma carnificina independente do lado apresentado e toda essa disparidade entre o lado grego bom vivant e o romano sisudo, foi uma das coisas mais legais ao longo dos livros.

Em O Sangue do Olimpo, Riordan encerra mais uma série bem sucedida. É hora de darmos adeus (com a esperança de que possamos esbarrar com eles novamente por aí) aos velhos conhecidos e aos novos personagens que souberam como ninguém cair nas graças do público.

Depois de um livro extremamente sombrio, como foi A Casa de Hades e todas as missões penosas que os semideuses tiveram que enfrentar desde que Hera-Juno tramou seu plano audacioso para tentar evitar o retorno de Gaia. Era de se esperar que o último volume começasse a todo vapor e Riordan não decepciona. Desta vez é preciso dividir esse grupo em duas frentes. Os sete envolvidos na profecia seguem para o leste na última tentativa desesperada de vencer o exército de gigantes e impedir que Gaia desperte; para o oeste com a Atena Partenos vão Nico, Reyna e o treinador Hedge, tentar impedir a guerra mais que iminente entre os dois acampamentos.

Anabeth e Percy abrem espaço neste último volume para que outros personagens possam ter o seu momento de abrir-se perante os leitores. A decisão de não narrar nenhum momento dessa aventura derradeira pelos pontos de vista dos dois personagens mais antigos e queridos pode ter sido decepcionante para alguns leitores. Eu entendo que pode ser frustrante não ver seus personagens favoritos em foco. Por outro lado, ao acompanhar o rumo que Riordan escolheu tomar em sua história, é fácil compreender a escolha dos personagens da vez: Jason, Reyna, Leo, Nico e Pipper. E, não é porque Percy, Anabeth, Frank e Hazel não tiveram seu ponto de vista abordado que eles foram simplesmente descartados da história, pelo contrário, eles tiveram papel importante e apareceram, na medida do possível, tanto quanto os outros. Pela primeira vez Nico e Reyna nos apresentam seus pontos de vista, e esta foi uma adição que compensou a retirada dos outros.

Reyna é uma personagem que desde o segundo livro vinha tendo um bom papel na trama e que merecia um pouco mais de espaço na história. Com ela, uma boa dose de drama familiar foi adicionada à trama e colocá-la junto com Nico e trabalhar todo esse lado sombrio e sofredor dos personagens foi uma ótima sacada. Nico sempre foi um personagem fechado e soturno, que muitas vezes nos deixou em dúvidas sobre suas reais intenções e sentimentos. É um personagem das antigas, mas a quem nunca pudemos conhecer realmente. E o revelar do personagem que começou no livro anterior, atinge seu ápice agora que podemos ver parte da história através de seus olhos e entender mais toda sua amargura, e quem diria, até nos divertir em alguns momentos reveladores. É impossível ficar decepcionada com todas essas mudanças.

“Uma única gota de sangue pingou do queixo de Percy e tocou o chão entre seus pés, onde fervilhou como água em uma frigideira.

O Sangue do Olimpo banhou as pedras antigas.

A Acrópole gemeu e estremeceu com o despertar da Mãe Terra.” Página 342.

E é com um tom dramático, ajudas inesperadas, dons providenciais e algumas incertezas que Riordan encerra sua série. Todos os elementos que caracterizam suas obras, foram aproveitados ao máximo. Teve drama, humor, aventura, romance e mitologia. Nos despedimos aqui, mas as dicas deixadas no ar, pistas de possíveis histórias envolvendo semideuses gregos e romanos, deixam a esperança de que não tardará esse reencontro. E enquanto isso, vamos nos preparando para nos enveredar por novas mitologias (Asgard vem aí!) e conhecer novos personagens.

Conheça a série Os Heróis do Olimpo:

O Herói Perdido [Skoob][Goodreads][Resenha Mari][Resenha Núbia]

O Filho de Netuno [Skoob][Goodreads][Resenha]

A Marca de Atena [Skoob][Goodreads][Resenha]

A Casa de Hades [Skoob][Goodreads][Resenha]

O Sangue do Olimpo [Skoob][Goodreads]

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2 Comentários

Arquivado em Editora Intrínseca, Editoras Parceiras, Resenhas da Núbia

2 Respostas para “O Sangue do Olimpo (Rick Riordan)

  1. Leitor

    Boa resenha. Só corrige aí o nome da Reyna. Tá errado todas as vezes.

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    • Nubia Esther

      Opa, obrigada pela dica. Estou sem o livro no momento e durante as minhas anotações sei lá porquê troquei o y de lugar. hahaha

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