Endgame – O Chamado (James Frey & Nils Johnson-Shelton)

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“Quando o jogo começar, precisaremos deliberar, decifrar, nos deslocar e matar. Alguns de nós estão menos preparados e serão os primeiros a morrer. O Endgame é simples assim. O que não é simples, é que, quando um morrer, significará a morte de inúmeros outros. O Evento, e o que vier depois, garantirá isso. Vocês são os perdedores sortudos e os vencedores azarados. Vocês são a plateia do espetáculo que determinará seu destino.” Página 9.

Doze mil anos atrás, seres desceram dos céus e criaram a humanidade. Como eles precisavam de ouro, para extraí-lo, instalaram aqui doze linhagens que deram origem às nossas antigas civilizações. Após terem conseguido o que queriam foram embora, mas não sem antes avisar que um dia voltariam, por causa do Jogo. O Jogo que determinará o futuro da humanidade. O Endgame. Por todos os anos que as linhagens persistiram em segredo, cada uma sempre teve o seu Jogador. Um jovem treinado nas mais diversas perícias, em sua maioria mortais. Quando o Endgame começar, os jogadores terão que achar três chaves que estão espalhadas pelo planeta. Quem achar as chaves primeiro ganha o jogo. Não há regras. O segredo é se manter vivo.

Este é o plot principal delineado por Frey e Johnson-Shelton. Uma trama que promete uma história dinâmica e sangrenta, que já teve seus direitos comprados pela Fox e chega junto com uma jogada empreendedora por parte dos autores. Um prêmio de 500 mil dólares em barras de ouro! Não, você não leu errado. Em paralelo aos enigmas que os jogadores precisarão desvendar nos livros, há um enigma real, que teve início em 07 de outubro do ano passado e ficará disponível até 07 de outubro de 2016 ou até que alguém o solucione. Para participar o leitor tem que apenas seguir as dicas deixadas por eles no livro. A experiência de leitura fica por conta do leitor. Você pode ser apenas expectador do Endgame, ou pode acompanhar as pistas deixadas ao longo da leitura e tentar resolver o desafio. As dicas são sutis e não atrapalham a leitura, bem como não são essenciais para o entendimento da história, podendo ser deixadas de lado sem perdas.

Voltando a história. São 12 civilizações, 12 jogadores. Mas nem todos são apresentados antes (ou depois) do Chamado para o Endgame. E outros são apresentados em tantos detalhes, que esse espaço concedido de forma parcial já entrega muito dos planos dos autores. A impressão que fica é que eles tentam a todo custo direcionar a torcida dos leitores para determinados jogadores em detrimento de outros. E esse holofote exagerado em alguns, contribui para deixar algumas passagens bem repetitivas. Eu adoro livros que são narrados por mais de um ponto de vista, mas tenho sérios problemas em me conectar quando a técnica é utilizada em demasia, resultando em capítulos extremamente curtos, o que acaba tornando a linha narrativa fragmentada e a tarefa de unir os pedaços, um tanto quanto cansativa. O que me fez pensar em muitos momentos, que talvez ter escolhido este tipo de narrativa não foi uma das melhores escolhas, principalmente quando você já começa com 12 co-protagonistas e menos de 500 páginas para dividir entre eles. Por outro lado, talvez se optassem por outra forma de narrativa, eles não conseguissem angariar a empatia para alguns personagens. O fato é que o início da leitura de O Chamado demora a engrenar, é tanto pedaço para juntar e montar uma linha narrativa que a leitura não flui. Não é daqueles livros que você começa a ler e não quer mais parar.

Mas Frey e Johnson-Shelton conseguiram contornar o início morno e souberam dar um bom encaminhamento para a história, a qual do meio em diante adquiriu um bom ritmo e chegou ao fim com algumas cenas de tirar o fôlego e que nos deixa com muitos questionamentos. No fim, o saldo foi positivo. Passei a curtir a história, fiquei na torcida por alguns personagens, estou cheia de suspeitas sobre os reais motivos do Endgame e já estou na espera pelos próximos livros.

Ah, e como a trama baseia-se em civilizações antigas, suas construções milenares têm grande importância (mesmo para os que não pensam em seguir as dicas). Assim, O Chamado é um livro que frequentemente pode lhe exigir um acesso ao Google para saber mais sobre uma construção, ou descobrir outras, das quais nunca ouviu falar.

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