Infinity Drake, ou Finn como prefere ser chamado, tem onze anos e mora no interior da Inglaterra com a avó. Seus pais, ambos cientistas, morreram. Agora é só ele, vovó Allenby – que sabe como se impor e não tem papas na língua, seu cachorro e o tio um tanto quanto inconstante, também cientista, e que desconhece o significado de limites. E é com esse tio, Al, um tanto quanto excêntrico e que lhe deixa fazer qualquer coisa que queira, que Finn irá ficar por uns dias enquanto vovó Allenby viaja. Os planos, da vovó, são que os dois fiquem em casa e que Finn continue a ir à escola. Os planos, de Al e Finn, são de ir acampar nos Pirineus e aumentar a coleção de insetos do garoto. Mas, ambos os planos precisam ser interrompidos, porque Al é contatado pelo Comandante King do Comitê Global Não-Governamental de Resposta à Ameaças para retomar um antigo projeto que pode evitar um desastre global. O que é uma baita surpresa para Finn que não imaginava que o tio fosse tão importante.
“A lente se aproximou do ponto e de repente a criatura apareceu na tela.
Projetado do tamanho de um ser humano, um monstro preto e amarelo com pontinhos vermelhos, recém-saído de sua última troca de pele. Seu exoesqueleto se expandiu; seu tórax como um punhado de vigas mestras; sua cabeça feito uma atrocidade; suas asas pretas e pratas ainda grudadas ao abdômen, que colorido e distendido, pendia do tórax como uma enorme gota de veneno. E, no fim, um grupo feito de três ferrões.” (Página 54)
Essa é Scarlatti, uma espécie de vespa criada em laboratório e altamente mortal que foi libertada na natureza. Para evitar uma situação de calamidade global e a alternativa de tentar sanar o problema utilizando armamento nuclear, todos recorrem à pesquisa (um tanto quanto maluca) de Al. Seu projeto, o BoldKlub tem por finalidade encolher a matéria. O plano maluco é utilizar o outro único exemplar da Scarlatti mantido em laboratório, implantar nele um feromônio para atrair a outra Scarlatti e matar ambas. Com um time de extermínio composto por humanos em miniatura! E é claro que uma série de contratempos acaba fazendo Finn ser um dos miniaturizados. O que no final das contas acaba sendo um ponto positivo (não para Al e definitivamente não para vovó Allenby), pois o conhecimento sobre insetos e aracnídeos do garoto, livra a equipe de diversas situações perigosas.
Quem assistiu filmes no estilo do ‘Querida, encolhi as crianças’ e gostava de ver as distorções provocadas pela miniaturização, com objetos inofensivos se tornando perigosos, irá gostar desta aventura. E ela ainda tem o adendo de conter uma ameaça mundial e uma missão para impedir a catástrofe, o que só torna a história mais interessante para qualquer leitor que goste de um bom livro de aventura, mas principalmente para os leitores mais jovens, para os quais o livro é dedicado. A história de McNally é incrivelmente visual e o ritmo da narrativa é cinematográfico. Ouso dizer que a trama daria um bom filme, com imagens realmente belas.
A conclusão da história é frenética, fecha bem o arco da aventura envolvendo a Scarlatti, ao mesmo tempo que prepara o terreno para a próxima aventura envolvendo Finn e sua turma. Definitivamente, quero muito continuar acompanhando a série. Toda essa parte de ciência e tecnologia me cativou, e os personagens foram muito bem construídos.
O projeto gráfico feito pelo Selo Irado, com capa dura e folhas internas com detalhes, são um adendo a mais para deixar a edição bem charmosa. Apesar disso, muitos erros bobos que a edição/revisão deixou passar me incomodaram muito ao longo da leitura, a começar pela classificação do mesmo como ficção norte-americana quando claramente é inglesa. O que realmente é uma pena. Espero que isso melhore nos próximos livros.
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