Fingindo é o segundo volume da série Losing It da Cora Carmack. A Mari já leu e resenhou o primeiro livro, Perdendo-me (aqui). Quando Fingindo chegou, eu pretendia prosseguir a leitura a partir daqui. Com os conhecimentos adquiridos pela resenha da Mari. E que fique claro que dá para lê-lo assim, como uma obra única. Mas, aí eu descobri que o protagonista da vez fora o preterido da história anterior e tive que ler Perdendo-me antes de prosseguir com a leitura, porque queria saber mais sobre o background do mocinho da vez.
Perdendo-me traz a história de Bliss e Garrick. E Cade é só mais um dos clichês presentes no livro: o melhor amigo que queria ser mais que um amigo, mas que não tomava coragem para agir e que quando finalmente resolveu correr atrás, foi suplantado por Garrick e seu sotaque britânico. Achei a leitura de Perdendo-me divertida, boa para passar o tempo e só. Fingindo segue essa mesma linha, mas a inclusão de um drama familiar foi algo que pesou para que eu preferisse este ao primeiro livro.
“- Meu nome é Cade Winston. Aluno de mestrado em belas-artes, voluntário, abraçador de mães e seu namorado pelas próximas vinte e quatro horas. Prazer em conhecê-la.” (Página 42)
Cade Winston ainda está tentando superar Bliss. Mas a tarefa não está sendo lá muito fácil, principalmente por ser espectador da felicidade da amiga com Garrick, agora que todos estão morando na mesma cidade. E é por isso que ele está determinado a se manter afastado da amiga até que não precise mais mentir quando disser que a superou.
Mackenzie, ou Max, como ela prefere ser chamada, é musicista e definitivamente não se encaixa nos padrões dos seus pais. Não no jeito de se vestir e muito menos nos caras que ela escolhe para namorar. Então, quando os pais a surpreendem com uma visita de última hora, ela tem certeza de que não pode apresentar Mace (o namorado roqueiro) aos pais. E o destino (é claro) coloca Max e Cade no mesmo local e ela decide pedir a ajuda dele, para desta vez apresentar o namorado perfeito aos pais. Só que eles começam a fingir tão bem, que não demora para sentimentos reais começarem a aflorar.
Max e Cade são como água e óleo. Ela tem a certeza de que ele nunca se interessaria por uma garota como ela. Ele acha que uma garota como ela nunca daria uma chance a ele, ainda mais ela sendo comprometida. E, quando o namoro que era para durar apenas um dia, acaba virando algo mais. A eterna dúvida dos personagens, seus medos e seus receios são os fatores que precisam ser superados para que isto possa ter uma chance de dar certo. Max precisa enfrentar seu passado traumática, encarar seus pais e revelar sua verdadeira personalidade. E Cade precisa perder o medo do abandono e criar coragem para ir em busca do que quer. Parar de afastar as pessoas. Será que eles realmente não combinam um com o outro tanto quanto teimam em achar?
Diferentemente do livro anterior, no qual a narrativa da história foi feita pelo ponto de vista de Bliss, excetuando-se o epílogo. Agora, Cade e Max dividem a tarefa. E em romance, é sempre bom saber sobre o que os dois lados estão pensando. Mas, apesar do direito à narrativa ter sido dividido igualitariamente. Os dramas não foram. Há bastante Max aqui. Seus fantasmas do passado, seus receios presentes e o medo do futuro. Mas, tirando um vislumbre no início, não há muito sobre o Cade. Seus estudos, seu trabalho como ator (ou a falta dele). É impossível não sentir falta disso.
No mais, gostei mais de Fingindo do que de Perdendo-me. O drama familiar enfrentado por Max e o passado de perda compartilhado por ela e Cade, garantiram o tom dramático para que a trama não ficasse açucarada ao extremo. Também os tornaram personagens mais críveis e cativantes. Quem diria que o garoto apagado lá do primeiro livro daria um protagonista tão legal.
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