Descobrir que um livro começou a ser adaptado para o cinema, mesmo que ele possa não agradar aos mais puristas, pode ser um bom negócio. Comigo funciona como um incentivo a mais para finalmente parar de postergar, ou vencer a apatia inicial, e finalmente lê-lo. Faço parte do grupo de pessoas que só vê o filme depois de ter lido o livro, mesmo que o filme já tenha sido lançado há tempos (a lista de livros para ler antes de ver o filme já atingiu um tamanho razoável). Ficar sabendo sobre a produção do livro Como eu era antes de você da Jojo Moyes, foi o gatilho que faltava para finalmente me aventurar pelas obras da autora. E até agora ainda estou me perguntando por que foi que eu demorei tanto. E não foi por falta de recomendações. O fato é que me encantei pela narrativa da Jojo e pelos personagens carismáticos que ela criou. E agora, já estou na ansiedade da espera para ver essa história nas telonas, tem tudo para continuar nos emocionando.
Como eu era antes de você traz a história de Lou e Will. Ela, uma mulher de 26 anos sem muitas ambições, contente (ou pelo menos pensa estar) com sua vida previsível e que de repente vê seus planos ruindo ao perder seu emprego e tendo de se reinventar. Ele, uma pessoa que vivia a mil por hora, acostumado a aproveitar suas chances ao máximo, que tinha o mundo por limites (e talvez nem isso) e que de repente se viu confinado em uma cadeira de rodas, tetraplégico, amargurado, mal-humorado e determinado a encontrar uma forma de acabar com seu sofrimento.
“Eu tinha vinte e seis anos e não sabia muito bem quem era. Até perder o emprego, não tinha nem sequer pensado nisso. Achava que provavelmente iria me casar com Patrick, teria filhos e moraria a algumas ruas de onde sempre morei. Exceto pelo gosto por roupas exóticas e pelo fato de ser um pouco baixa, não sou muito diferente de qualquer pessoa que se possa cruzar na rua. Provavelmente, ninguém não olharia para mim duas vezes. Uma garota comum, levando uma vida comum. Para mim estava ótimo desse jeito. ” (Página 22)
A procura por um novo emprego, sem qualificação, é um martírio. Mas, por acaso, Lou acaba conseguindo um trabalho temporário como cuidadora assistente de Will. E o choque de personalidades, ela tendo de reprimir sua exuberância, ele pegando pesado na amargura, torna o embate inicial desses mundos tão distintos bem difícil. O que também contribui para deixar o início dessa história mais lento. Há muita Lou antes de Will nessa parte e ela vem acompanhada de uma relação apática com o zero à esquerda do Patrick e há toda a autodepreciação que Lou internalizou durante a longa convivência com a irmã mais inteligente, mais esperta, e que terá um futuro mais brilhante e de mais sucesso. E há o Will sem Lou, taciturno, fechado em seu mundo, isolado da família, dos amigos, do mundo. Mas, depois que a dinâmica entre Lou e Will começa a ser estabelecer, os diálogos entre os dois são espirituosos, sarcásticos e até mesmo hilários. E a partir desse momento, Jojo te fisga definitivamente. Principalmente, porque é nesse momento que descobrimos os detalhes do plano de Will para acabar com seu sofrimento e é aqui que tem início a operação Lou de batalha pela vida.
Excetuando-se o prólogo, a única parte que coube a Will nessa história, e as participações eventuais de outros narradores ao longo da trama, é sobre o ponto de vista de Lou que a história nos é narrada. O fato dela encantar não só o Will, mas também o leitor, com seu pendor para as roupas extravagantes e sua dedicação a tornar a vida do novo amigo mais confortável é algo que faz o estilo da narrativa funcionar muito bem. Mas, é claro, que é difícil não se pegar desejando um vislumbre dos pensamentos do Will perante o desenrolar dos acontecimentos. Qual foi sua primeira reação a Lou? Como aconteceu a mudança que os tornou gradualmente amigos, parceiros, enamorados um pelo outro? Mas, isso é só um desejo, acredito eu, compartilhado por muitos dos leitores que se encantaram por esse homem de mente aguçada e que mesmo durante os momentos de maior sofrimento e desilusão é capaz de pensar em tornar melhor a vida dos outros, de injetar ânimo e esperança nos demais mesmo que não reserve nada disso para ele mesmo.
A história criada por Jojo é de uma sensibilidade tocante. Há muito sofrimento, a realidade brutal de quem vive com a tetraplegia, mas também há todo o destaque à rede de relacionamentos entre tetras, cuidadores e familiares na internet, procurando ajudar uns aos outros e discutindo assuntos polêmicos. Há o espaço destinado à questão do suicídio assistido e todas as implicações jurídicas e como a decisão do paciente pode afetar a família, além é claro da eterna dúvida do certo ou errado, da ética e do quanto a família será capaz de apoiar, respeitar e garantir que o desejo do paciente seja concretizado. E, há a transformação gradual dos sentimentos, da importância que as pessoas vão ganhando na nossa vida sem a gente perceber, e o quanto de mudanças elas podem provocar no nosso mundo enquanto nós também transformamos os delas. Jojo te pega de jeito e não há coração peludo que resista incólume a Lou e Will. Como eu era antes de você é daqueles livros que você termina com lágrimas nos olhos, um sorriso nos lábios e um novo fôlego para encarar o mundo.
PS1: Na adaptação, Emilia Clarke será Lou e Sam Clafin será Will. E confesso que será muito triste ter de ver o fofo do Matthew Lewis no papel do insosso do Patrick. As gravações já terminaram, mas a estreia que já foi prevista para este ano e depois adiada para março de 2016, sofreu nova prorrogação e parece que só estreará em junho.
PS2: Jojo escreveu uma continuação. After You será lançado no final do próximo do mês.
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Eu amei!! Preciso ler esse livro
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Correrá sérios riscos de se apaixonar pelo Will também! ❤
Preciso ler todos os livros da Jojo! o/
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Ahhhhhhh hahaha.. Vou ler com certeza 🙂
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Livro apaixonante!!! Estou amandooooo!!!
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