A corruptela do nome científico Pythecanthropus erectus deu origem ao nome do personagem criado por Mauricio, Piteco, em 1963 para um jornal da cidade de Bauru. E, quando falamos do Piteco, a memória da infância puxa aquelas histórias que tinham como foco a Thuga e sua corrida eterna atrás do amor do Piteco, fato que sempre me fez torcer o nariz para as histórias do homem da Idade da Pedra, Logo, Piteco – Ingá não era uma das revistas do selo Graphic MSP que eu estava ansiosa para conferir, mas, li tantos elogios à releitura do Shiko e a revista teve um sucesso de vendas tão grande, que acabei não resistindo à curiosidade. E a releitura de Shiko, história, arte e cor, produziu um trabalho surpreendente, que me fez ter outro olhar sobre os personagens e concluiu maravilhosamente o primeiro ciclo do selo Graphic MSP.
Shiko é nordestino, nasceu no sertão paraibano, e trouxe sua origem como inspiração para criar essa história. A Pedra do Ingá, inspiração para o pontapé inicial dessa história e que também a nomeia, realmente existe e está localizada no Agreste da Paraíba. Além disso, Shiko também utiliza elementos de lendas brasileiras como o Boitatá e a Caipora, e elementos míticos andinos como o Camazotz, um morcego gigante.

Pedra do Ingá, Ingá – PB
Em Piteco-Ingá, o rio que banha a aldeia do povo de Lem está praticamente seco, e segundo antigas profecias retratadas na Pedra do Ingá, eles precisam ir em busca de outro lugar para estabelecerem uma nova morada. Thuga, a xamã do povo de Lem, está destinada a guiá-los nessa jornada. Uma jornada que Piteco não está afim de esperar. Como caçador ele quer viver livremente, independente à chuvas, antigas lendas, previsões e plantações. E ele está disposto a partir mesmo sem Thuga acompanhá-lo. Contudo, seus planos sofrem mudanças quando Thuga é sequestrada por uma tribo vizinha, e junto com um Beleléu cheio de artifícios e uma Ogra badass eles partem em seu regaste.
Os traços de Shiko são bem detalhistas e a graphic é uma explosão de cores, somente os desenhos e a cartela de tons já garantem um belo espetáculo. Mas, além disso, a trama é interessante, tem os elementos de aventura, mitologia, política e guerra trabalhados na medida certa. E, um grande destaque foi dado às mulheres na história, como xamãs, guerreiras, capazes de lutar e promover mudanças. A história pode até ser de Piteco, mas é Thuga quem rouba a cena e isso não foi nem um pouco ruim. Aliás, o fato da Thuga de Shiko pouco lembrar a Thuga do Mauricio, foi uma mudança muito bem-vinda. Das histórias que já li do selo até agora, esta foi a que atingiu o tom mais adulto e talvez não seja muito indicada para as crianças, por outro lado, tem tudo para conquistar os leitores mais antigos. Seria muito legal ter o Shiko encabeçando outros projetos do selo.
Títulos já lançados pelo selo:
1° Ciclo:
- Astronauta – Magnetar (Danilo Beyruth) [Resenha]
- Turma da Mônica – Laços (Vitor Cafaggi & Lu Cafaggi) [Resenha]
- Chico Bento – Pavor Espaciar (Gustavo Duarte)
- Piteco – Ingá (Shiko)
2° Ciclo:
- Bidu – Caminhos (Eduardo Damasceno & Luís Felipe Garrocho) [Resenha]
- Astronauta – Singularidade (Danilo Beyruth)
- Penadinho – Vida (Paulo Crumbim & Cristina Eiko)
- Turma da Mônica – Lições (Vitor Cafaggi & Lu Cafaggi)
- Turma da Mata – Muralha (Artur Fujita, Roger Cruz e Davi Calil)
- Louco – Fuga (Rogério Coelho)
Títulos anunciados:
- Papa-capim
- Mônica (Bianca Pinheiro)
- Astronauta 3 (Danilo Beyruth)
- Bidu 2 (Eduardo Damasceno & Luís Felipe Garrocho)
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