Todos os Nossos Ontens (Cristin Terrill)

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“É apenas o começo, eu sei. Nunca fiz essa viagem que aquelas 14 versões passadas de mim fizeram, mas a ouvi ser explicada vezes suficientes para saber o que vem depois. Quando as partículas que estão rodopiando abaixo dos meus pés pelos quilômetros de canos, grandes o bastante para darem passagem a um caminhão, enfim baterem umas nas outras quase na velocidade da luz, a explosão será tão poderosa que partirá o próprio tempo. ” (Página 34)

Quatro anos no futuro (presente), Em está presa em uma base militar secreta. Finn também está preso ali, mas a única presença um do outro que eles podem sentir são suas vozes. Em um dia qualquer, Em descobre um papel no ralo de sua cela. Um papel contendo várias anotações, algumas de seu próprio punho (embora ela tenha certeza de que nunca viu o papel antes), e que lhe deixa uma missão: retornar no tempo e evitar a criação de uma máquina do tempo que vai destruir o mundo. Inúmeras vezes ela já tentou e inúmeras vezes ela acabou no mesmo presente terrível. Desistir não é uma escolha.

Quatro anos no passado encontramos Marina, uma garota tímida, idealista e apaixonada pelo melhor amigo James. Mas, quando finalmente ele parecia estar correspondendo aos seus sentimentos, a vida do garoto é despedaçada e a esperança de Marina de um futuro com James está cada vez menor.

Todos os Nossos Ontens é o primeiro romance de Terrill e com ele, ela ganhou o Thriller Award como melhor livro de Ficção para Jovens Adultos (YA). No meu primeiro contato com o livro (sinopse, texto da orelha…) apesar de estar explícito que haveria uma história de amor, boa parte da sinopse prometia muito mais uma distopia, um romance com embates políticos e luta por liberdade com um ar de ficção científica com as viagens temporais. E foi com isso em mente que comecei a minha leitura, e talvez, tenha sido por isso que a leitura demorou a me cativar. Era muito romance e pouca luta contra o sistema. Sobre o futuro, só sabemos as migalhas que nos são compartilhadas pelos personagens, e mesmo as viagens no tempo não ocorrem com a frequência que gostaríamos. Eu não acho ruim que o romance seja o foco da história, afinal, como história romântica com um toque de distopia e sci-fi, a trama de Terrill funciona muito bem. Então, por que não divulgar a história pelo que ela realmente é? Por que prometer algo que não é o foco da história? Esqueça o texto da capa, a verdadeira sinopse é a do texto da orelha. Não se engane, Todos os Nossos Ontens é uma história romântica. E ó, ainda bem que esse é o foco, porque Terrill falha miseravelmente em manter o suspense. Já nas primeiras páginas é possível perceber qual será o encaminhamento da história. E o que acabou segurando as pontas foi o foco no desvelar das relações entre os personagens, em como ocorreram os eventos que levaram ao estado caótico do mundo atual de Em e Finn.

Outro ponto positivo foi o fato de ser uma obra única, ela facilmente poderia ter se rendido à moda das trilogias e séries distópicas, mas Terrill desenvolveu sua história em um só livro, e, apesar da previsibilidade, ela não deixou pontas soltas na história, concluindo-a de forma satisfatória. Não nego que eu queria que houvessem mais viagens temporais, mais governos totalitários e mais ação, mas os romances de Em e Finn e Marina e James renderam uma leitura agradável e foi o que acabou me fazendo gostar da história.

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