Star Wars – Tarkin (James Luceno)

tarkin

Continuando com as leituras das obras que fazem parte do novo cânone da franquia Star Wars, desta vez voltamos um pouco no tempo. O período retratado se passa cinco anos após o golpe contra a república e a instauração do Império Galáctico. Nesta época, o império está construindo secretamente uma de suas mais terríveis armas: a estrela da morte (a primeira) e supervisionando essa grande obra está o oficial (moff) Wilhuff Tarkin.

“Nem todos morriam de amores por ele. Se para alguns ele era meticuloso, racional e destemido, para outros era calculista, cruel e fanático. No entanto, independentemente de qual postura seus pares adotassem, as histórias sobre Tarkin surgidas nos últimos dias do Departamento Judicial eram lendárias e só faziam aumentar conforme corriam adiante. ” (Página 102)

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James Luceno resgata um dos personagens, que ainda que tenha tido grande importância em tempos pré-imperiais (durante as Guerras Clônicas) e durante a construção do poderio do imperador Palpatine, teve pouca representação nos filmes da primeira trilogia. Lembramos vagamente do oficial que emite a ordem para a destruição do planeta Alderaan pela primeira estrela da morte e que no episódio VI encontra a morte quando Luke destrói a segunda estrela da morte. Ele era apenas mais um oficial e que poderia ter continuado assim caso não houvessem decidido investir em seu histórico. Isso começou a ser trabalhado na série de animação The Clone Wars e agora Luceno traz a reconstrução definitiva da história do personagem. Sua infância incomum em Eriadu, um planeta da Orla Exterior. Seu treinamento na Carniça. Sua entrada na academia espacial. Seu “alistamento” por Palpatine. A carreira como governador, moff e o grande papel que teve na construção da estrela da morte e no armamento das forças imperiais. Tudo isso foi trabalhado em uma trama que ainda conta com a participação de Darth Vader. Uma trama que enfoca os vilões, aliás, bastante cativantes.

Em Star Wars – Tarkin, Wilhuff Tarkin está supervisionando a construção da Estrela da Morte na base sentinela quando um ataque (engendrado por rebeldes separatistas?) coloca em risco a segurança e o sigilo do projeto. O Imperador Palpatine decide então convocar Tarkin à Coruscant e colocá-lo em uma missão investigativa conjunta com Darth Vader. Uma missão na qual ambos estão relutantes em trabalhar um com o outro. Sentimentos de estranheza, receio e quebra de impressões que foram bem trabalhados por Luceno. Aliás, é nessa parte que reside a maior força da narrativa do autor. Isso porque no geral a narrativa teve altos e baixos. A falta de uma linha temporal bem demarcada, muitas vezes do presente saltamos ao passado, no mesmo capítulo, sem quase perceber, aliada à inclusão de inúmeros personagens, tornou a trama bastante arrastada em alguns momentos. Outro núcleo que não favoreceu a fluidez foi o dedicado ao alto escalão do sistema de defesa do império. Com personagens pouco cativantes e discursos repletos de tecnicidades e picuinhas políticas, a leitura acabou ficando cansativa. Felizmente, com Tarkin e Vader isso não aconteceu. Os diálogos são contundentes, por vezes sarcásticos e bastante fluidos. Luceno conseguiu até mesmo me deixar triste pelas perdas sofridas por Tarkin e Vader e torcer para que novas baixas não ocorressem. E eu devia era estar torcendo para os Rebeldes!

Por ter lido que a história de Tarkin se passaria entre os episódios III e IV e envolveria planos de destruição do grande empreendimento bélico do império, imaginei que a trama pudesse fornecer dicas para a história que será abordada no novo filme da franquia Rogue One: A Star Wars Story, afinal, a trama principal do filme envolve uma missão desesperada para roubar os planos da Estrela da Morte. Talvez essa missão se passe um pouco antes dos eventos narrados aqui, ou pouco depois (e ainda tenho esperanças que Tarkin quiçá Vader [sonho!] nos brindem com suas presenças no filme) mas, no final, isso acaba não importando muito. A história de Luceno pode até não trazer muitas informações acerca dos personagens de Rogue One, mas sem dúvidas, dá uma boa pincelada na situação política e no crescimento das forças separatistas na época da construção da primeira Estrela da Morte.

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Quanto à edição brasileira fica meu pequeno desagrado referente ao trabalho de revisão que poderia ter sido um pouco mais cuidadoso, principalmente nos capítulos finais.

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4 Comentários

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4 Respostas para “Star Wars – Tarkin (James Luceno)

  1. Lopes

    Personagens pouco cativantes, discursos repletos de tecnicidades e picuinhas políticas, leitura cansativa, trama arrastada…
    Machados de Assis?! Não, James Luceno! xD
    Essas duas linhas já resumem o seu texto e o que o livro é rsrs
    Ele não é um livro ruim, mas essas coisas realmente machucaram a obra, a ponto de termos que, obrigatoriamente, fazer uma ressalva pra quem queira lê-los.
    O que incomoda na trama ser cansativa e existir um festival de detalhismos que permeia o livro, é que você saca que muitas explicações simplesmente poderiam sumir do livro que ninguém sentiria falta alguma. É necessária mesmo aquela cena do Tarkin auxiliando um droid de protocolo na construção de um traje?! Sério, o Luceno gastou umas 4 páginas com isso! Consigo imaginar pessoas de saco cheio ao tentar superar esse trecho e, pior de tudo, se questionarem se outros momentos como esse viriam, só pra depois constatar que sim, há outros momentos como esse.
    Acabei largando esse livro pouco tempo depois que o Tarkin e o Vader se envolvem naquela perseguição. Toda vez que olhava o livro na estante, me vinha o remorso e a obrigação de um dia ter que terminá-lo. Porém, o que me fazia postergar ainda mais isso de acontecer, é que certamente eu iria ter que começar do 0, e se tratando do livro em questão, isso me martirizava ainda mais. Pois bem, hoje comecei a ler ele. Li 84 páginas e já saí com uma estafa do tamanho do Maracanã(agora a pouco!), mas fui mais simpático com o livro dessa vez, não é de todo mau. Daria uma nota 7/10 pra ele.
    Bom, já que você mencionou sobre a revisão(notei 2 erros até agora), e consequentemente da edição em si, outro grande motivo de Tarkin se tornar uma leitura mais cansativa é o tamanho da fonte que a editora Aleph usa nos seus livros. Sinceramente, não gosto desse tamanho. Comparei com o tamanho da fonte do livro “Estrelas Perdidas”, da editora Seguinte, e essa última publicação possui fontes maiores, assim como os outros 6 livros de Star Wars que ela publicou até agora. Acho muito feio quando as editoras fazem isso pra economizar em custo com papel, e mais feio quando eu vejo que até um livro de bolso da L&PM usou uma fonte maior.

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