Atenção, esta resenha trata sobre os acontecimentos do segundo livro da trilogia Branca de Neve. Por isso, pode conter spoilers, revelando parte do conteúdo do livro anterior. Para saber o que eu achei do primeiro livro, confira os links no final desta resenha.
Depois de se ver envolvida nos negócios da máfia e quase acabar perdendo a vida, Lumikki decide dar um tempo e escapar da Finlândia para aproveitar as férias. Com ela desembarcamos em Praga, mas longe de se ver livre do perigo ela acaba envolvida no misterioso passado de Zelenka, que alega ser sua irmã. Zelenka chega provocando as memórias de Lumikki e com uma vida repleta de restrições junto a pessoas cheias de reservas e com um ar de seita religiosa que não passa despercebido a Lumikki, que após ter um vislumbre da casa onde a pretensa irmã mora fica determinada a desvendar os segredos do lugar antes de ir embora.
“A história de Zelenka era coo uma pela de um quebra-cabeça, que cabia em um lugar que incomodava a vida de Lumikki há mais tempo do que podia se lembrar. Ela sempre soubera, sentira e pressentira que sua família escondia algo. Havia algo grande de que eles não falavam, mas que às vezes invadia os cômodos de tal maneira que se tornava difícil respirar. A tensão do pai. Os olhos tristes da mãe, até mesmo marejados. Discussões, que paravam quando Lumikki chegava.”
(Página 16)
Jiří Hašek é jornalista investigativo e está trabalhando no rastro de uma misteriosa seita. Não é uma grande surpresa que esta seita tenha relação com o lugar onde Zelenka mora e que Simukka dê um jeito de reunir Lumikki e Jiří e os lance em uma busca por uma verdade que transformará sua protagonista em um alvo ambulante. Pode não ser surpresa, mas a união dos dois adicionou uma boa dinâmica à trama. A história envolvendo a seita é bem intricada e cheia de interesses escusos de gente poderosa que orquestraram um final digno de capas de jornais. Isso realmente rendeu uma conclusão com um ritmo alucinante, mas resolvida de um jeito tão fácil que acabou revestindo Lumikki com ares de heroína que beiram o irreal.
Uma característica da trilogia de Simukka é que os livros são ligados apenas no que diz respeito à vida pessoal de Lumikki, a qual inclusive tem muito pouco enfoque no primeiro livro. A parte detetivesca tem histórias únicas, que se iniciam e se encerram no livro em que são tratadas. O envolvimento de Lumikki com a máfia ficou lá em Vermelho como Sangue, assim como a história da seita encontra seu fim aqui. No final das contas, relevando o background pessoal de Lumikki, os livros podem até mesmo ser lidos como livros únicos sem grandes perdas de informações. Por isso, foi um alívio que diferentemente do que fez no primeiro livro, neste Simukka tenha investido muito mais no background e no psicológico de sua protagonista. Todo o passado de Lumikki, revolvido pela alegação de Zelenka, ganha um grande enfoque ao longo da trama. Seu relacionamento (ou a falta dele) com os pais, as memórias de uma garotinha que ela não sabe quem é, o relacionamento amoroso (que pode até causar um estranhamento inicial, mas que foi tratado de forma bastante natural pela autora) que não terminou bem, mas que talvez ainda não tenha terminado realmente (assim espero). Sabiamente Simukka preparou um bom gancho utilizando o passado de Lumikki. Um capaz de prender o leitor até que a verdade finalmente seja revelada no próximo livro. Agora ela realmente conseguiu me deixar curiosa para descobrir como tudo isso será trabalhado no último volume da trilogia. Leitura despretensiosa, para passar o tempo.
Leia uma amostra aqui:
Conheça a trilogia Branca de Neve:
- Vermelho como o Sangue [Goodreads][Skoob][Resenha]
- Branco como a Neve [Goodreads][Skoob]
- Preto como o Ébano (não publicado no Brasil) [Goodreads][Skoob]
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