Como Evitar um Desastre Climático (Bill Gates)

“(…) não conseguiremos chegar a emissões zero apenas – ou sobretudo – andando menos de avião e carro. Assim como foram necessários novos testes, tratamentos e vacinas para o novo coronavírus, precisamos de novas ferramentas para combater as mudanças climáticas: maneiras carbono zero de produzir eletricidade, fabricar coisas, cultivar alimentos, refrigerar e aquecer nossos edifícios e transportar pessoas e produtos pelo mundo. E precisamos de novas sementes e outras inovações para ajudar os mais pobres – muitos deles pequenos agricultores – a se adaptar ao clima mais quente.” (Página 21).

Para impedir o aquecimento global e evitar os piores efeitos das mudanças climáticas precisamos reduzir os 51 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa lançados anualmente na atmosfera para zero. Isso mesmo, zero! E isso tendo de aumentar a geração de energia e equalizar a sua distribuição, e em um assunto, que apesar de estar em voga, ainda encontra bastante resistência na sociedade e no meio político. É essa tarefa hercúlea, de falar sobre o aquecimento global e discorrer sobre prováveis soluções, que Bill Gates toma para si em “Como evitar um desastre climático”.

O aquecimento global pode ser inevitável, mas é possível desacelerar esse processo e isso é fundamental para pensarmos em visa a longo prazo. Com uma linguagem clara e concisa, mas bem referenciada e com inúmeras dicas de leituras extras, Gates em doze capítulos desmitifica o aquecimento global para o público leigo e transita por cada uma das atividades humanas que mais contribuem para a emissão de gases estufa, mostrando como o fazem, quais as possíveis soluções e os custos necessários para elas serem implementadas. Ele também se debruça sobre a tecnologia necessária para nos adaptarmos a um mundo mais quente; a importância das políticas públicas; e, sobre como cada um de nós pode contribuir para essa batalha.

Não dá para se pensar em chegar a emissões zero com soluções que impliquem o abandono de atividades já consumadas, não dá para simplesmente congelar todas as atividades humanas. É tendo em conta essa realidade que Gates se debruça sobre cinco atividades cruciais e que mais contribuem com esses 51 bilhões de toneladas que precisamos zerar:

  1. Como ligamos as coisas na tomada e a importância de se produzir eletricidade limpa, abrangente e acessível a partir de fontes renováveis.
  2. Como fabricamos as coisas. Para produzir o aço, o concreto e o plástico, três dos principais produtos usados na construção civil e indústria, muitas toneladas de carbono são emitidas. Fica claro a necessidade urgente de inovação no processo de manufatura desses materiais.
  3. Como cultivamos as coisas e todo o problema representado pela criação de animais para a alimentação e sua contribuição para o efeito estufa. Aqui, Gates poderia facilmente descambar para o cenário mais fácil e radical de proposição de soluções para diminuir a emissão da pecuária (i.e., consumo de carnes), mas ele opta por trabalhar com a realidade e respeitando as dificuldades inerentes a essa mudança de hábito, como as carnes vegetais e as carnes cultivadas em laboratório. O potencial de inovação nesse setor é imenso.
  4. Como transportamos as coisas, o uso dos biocombustíveis e os carros elétricos.
  5. Como esfriamos e aquecemos as coisas. Como diminuir a emissão de carbono em algo que se tornou necessário para “vencer” as ondas de calor, mas que ironicamente, contribui para aumentar o aquecimento global?

Como já era de se esperar, apesar desses problemas serem pensados globalmente (e assim o devem ser), as soluções propostas focam-se principalmente nos Estados Unidos, mas já é um primeiro passo e um exemplo que pode ser adaptado. E, enquanto essa conta não puder ser fechada favoravelmente para nós, será preciso nos adaptar. A um mundo mais quente, que irá impactar principalmente os mais pobres, com potencial para desencadear conflitos civis e aumentar sobremaneira as desigualdades sociais. Lutando pela implementação de políticas públicas que serão cruciais nesse processo de zerar emissões de carbono. Autoconsciência crítica e mudanças de hábitos para os que podem fazê-lo é essencial! O que fica evidente é que é preciso começar e quanto antes melhor. Se informar sobre o assunto é um bom começo.

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Arquivado em Companhia das Letras, Editoras Parceiras, Resenhas da Núbia

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