“Sorriu, apreciando todo aquele jogo, aquele mundo de sonhos em que era simultaneamente jogadora e espectadora.”
Gosto muito de romances históricos que retratam a história dos reis ingleses, em especial aqueles que retratam a dinastia Tudor. Lendo livros e vendo séries que retratam essa época da história, sempre vi nos espanhóis meros coadjuvantes. Seja Catarina e seu malfadado casamento com Henrique VIII, ou o imperador Carlos V e todas as dores de cabeça que decerto ele causou para o rei inglês. Assim, quando a Editora Europa anunciou a publicação do livro Joana, a Louca logo me interessei em lê-lo, primeiro porque era histórico e segundo porque queria aprofundar-me mais na história daqueles que muitas vezes ficavam apenas como figurantes. Linda Carlino em seu livro, tira dos bastidores Joana, talvez não conhecida por muitos, e mostra que a história espanhola também pode render excelentes narrativas.
Joana foi a terceira filha dos reis espanhóis Isabel de Castela e Fernando de Aragão. A história retratada por Carlino aconteceu entre os anos de 1496 e 1555. Joana então com 17 anos viu-se lançada em um casamento com Felipe, arquiduque e herdeiro dos Habsburgo, da Áustria. Nunca cogitou reinar e sonhava com um casamento real (e não no sentido burocrático da palavra). Viu-se ao longo da vida sujeitada a ambos, um casamento que era antes de qualquer coisa uma aliança política com os poderosos Habsburgo e que não lhe trouxe alegrias e um trono de um reino no qual nunca reinou de fato. Durante toda a vida teve seus direitos usurpados e a sanidade mental posta em prova e é todo esse sofrimento, baseado nos conhecimentos históricos, mas também com a liberdade concedida aos romances, que Carlino retrata no primeiro livro de uma trilogia dedicada à história dos Habsburgo. A obra é dividida em duas partes: na primeira são narradas as desventuras de Joana durante seu casamento com Felipe, as traições, o isolamento de seus compatriotas e o cárcere privado. Na segunda parte, os anos de viuvez, marcados por mais traições, desta vez do pai e do próprio filho, o imperador Carlos. Continuar lendo →
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