
Ao longo da história da humanidade são muitas as catástrofes que acumulamos: umas de causas naturais, outras intencionais e algumas, resultados do erro e da negligência humana. Quando pensamos em acidentes nucleares, é impossível não lembrar do acidente com o Césio 137 ocorrido em 1987 em Goiânia (particularmente, nós brasileiros); o mais recente ocorrido em 2011 em Fukushima no Japão; e, talvez aquele que mais perdure no imaginário popular, quer seja pela magnitude atingida, pelos efeitos deletérios e/ou pela carga histórica até hoje impingida aos bielorrussos, ucranianos e russos.
No dia 26 de abril de 1986 ocorreram uma série de explosões seguidas de incêndio na usina nuclear de Tchernóbil, localizada em Prípiat na Ucrânia, bem próximo à fronteira da Bielorrússia, e então parte da União Soviética. O acidente lançou grandes quantidades de partículas radioativas na atmosfera da URSS e de boa parte da Europa, transformando Prípiat em uma cidade fantasma, matando milhares de pessoas, plantas e animais, e gerando consequências até hoje enfrentadas pelos sobreviventes e pelos que nasceram após ele. Minúcias do acidente há muito são esmiuçadas, nos livros de história, de ciências, nos documentários…
“Este livro não é sobre Tchernóbil, mas sobre o mundo de Tchernóbil. Sobre o evento propriamente, já foram escritos milhares de páginas e filmados centenas de milhares de metros em película. Quanto a mim, eu me dedico ao que chamaria de história omitida, aos rastros imperceptíveis da nossa passagem pela Terra e pelo tempo. Escrevo os relatos da cotidianidade dos sentimentos, dos pensamentos e das palavras. Tento captar a vida cotidiana da alma. ”
(Página 40)
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