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Adeus, Gana (Taiye Selasi)

Taiye Selasi é filha de pai ganense e mãe nigeriana, nascida em Londres, é a personificação do indivíduo afropolitano (“um africano marcado pela vivência em diferentes lugares do mundo” como bem colocado pelo autor e curador da obra na TAG Curadoria, José Eduardo Agualusa). E é esta personificação que ela traz para o seu primeiro romance, no qual foi mentorada por ninguém menos que a Toni Morrison. Assim como Selasi, os filhos de Kweku e Folasadé têm origem ganense e nigeriana, além de terem nascido fora do continente africano. E sua história, resume bem o que é o afropolitanismo ao falar sobre a diáspora provocada pelas guerras civis, o processo de imigração e a construção de uma família em uma cultura distinta.

“Seu coração é forte. Mas não é, e ele sabe disso. Está partido em quatro pontos. Só rachaduras no começo, não tratadas por anos. Sua mãe em Kokrobité, Olu em Boston, Kofi em Jamestown, Folasadé por toda parte. Aquela mulher, que está em toda parte dele, profundamente, na fáscia, no músculo, no tecido, na matéria, no sangue. Ele está morrendo de um coração partido. ”

(Página 111).

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Colecionando Textos #58

 

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Colecionando Textos #57

 

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Colecionando Textos #56

 

 

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O Sentido de um Fim (Julian Barnes)

Todo leitor que já se perguntou se Capitu realmente traiu Bentinho sabe que ter o poder sobre a narrativa pode ser fundamental para influenciar como o leitor captará a história. É com essa dúvida, colocada sobre seu protagonista narrador, que Julian Barnes edifica a trama de O Sentido de um Fim. A obra é um relato em primeira pessoa de Tony Webser, um inglês de meia-idade, divorciado e aposentado. É por Tony que conhecemos as histórias de sua juventude, os amigos e amores, mas é na sua velhice que tudo passa a ser questionado.

A trama de Barnes está estruturada em duas partes. A primeira se passa nos anos 1950 e 1960 e traz a juventude do narrador, a segunda se passa próxima ao tempo em que o personagem narra a história. Continuar lendo

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Colecionando Textos #52

 

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Colecionando Textos #51

 

 

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Jude, o Obscuro (Thomas Hardy)

“Quando você envelhecia, e se sentia no centro do seu tempo, e não mero ponto numa circunferência, como quando era pequeno, você era tomado por uma espécie de arrepio, ele percebia. Por toda a sua volta parecia haver algo gritante, berrante, estrondoso, e os ruídos e impactos atingiam você na pequena cela que se chamava vida, e a sacudiam e a incendiavam. ” (Página 23)

Último romance de Thomas Hardy, Jude, o Obscuro foi publicado inicialmente de forma serializada a partir de 1894. Também foi feito de forma suprimida e modificado por causa dos aspectos considerados indecentes da obra. Na realidade, a ideia de escrever um romance como Jude já rondava Hardy desde muitos anos antes, mas a censura social e uma carreira literária ainda em formação fizeram Hardy protelar a ideia. Jude, o Obscuro é o amálgama de todas as discussões sociais e políticas que Hardy reuniu ao longo da carreira. Sua obra de despedida dos romances (depois de Jude, Hardy se dedicou à poesia) não poderia ter sido com menos estardalhaço. Publicar a obra completa não foi fácil, mas em 1912 finalmente Jude foi entregue ao público sem cortes de cenas e no formato desejado por Hardy.

Jude, o Obscuro pode ser considerado basicamente um romance social. Contemporâneo à Hardy, a obra representa a Era Vitoriana, quando haviam basicamente três classes no Reino Unido: baixa, média e alta, e a mobilidade social entre elas era praticamente impossível. Mas, resumir a obra apenas à isso é subestimar a narrativa de Hardy, que vai além e colocar em discussão os costumes, a instituição casamento e defende a independência feminina. Continuar lendo

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Então, eu reli #3: Harry Potter e a Câmara Secreta (J.K. Rowling) – edição ilustrada

Depois de ter descoberto o maravilhoso mundo mágico, e de finalmente se sentir querido, Harry não está disposto a voltar a viver entre seus tios trouxas, ainda que as férias de Hogwarts sejam torturantes já que é para lá que ele deve voltar. No início do segundo ano em Hogwarts é justamente esse medo que Rowling trabalha aqui. Com a inclusão de Dobby, o elfo doméstico e um dos personagens mais emblemáticos da saga, a possibilidade de não retornar à Hogwarts e depois de poder ser expulso dela ou mesmo vê-la fechada para sempre por causa dos acontecimentos tenebrosos que marcaram o segundo ano de Harry, se torna real. O início da trama da Câmara Secreta, tanto no livro quanto no filme, sempre me deixou aflita. Eu adoro o Dobby, mas sua introdução, com tudo o que ele apronta para “salvar” o Harry é de nos fazer puxar os cabelos, mas, ao mesmo tempo, como ficar com raiva de uma criaturinha tão esquisita, mas tão fofa? Jim Kay conseguiu exprimir isso muito bem em suas ilustrações. Continuar lendo

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Deuses Americanos – Sombras (Neil Gaiman, P. Craig Russell & Scott Hampton)

Quando escrevi sobre a minha experiência de leitura com Deuses Americanos comentei que eu o releria facilmente. Naquela época eu ainda não sabia que uma adaptação para graphic novel estava em vias de publicação. Poder revisitar esse universo com roteiro e layouts de P. Craig Russell e arte de Scott Hampton (que já trabalharam em Sandman) foi uma ótima experiência. Continuar lendo

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