Atenção, esta resenha trata dos acontecimentos do quarto livro da série dos detetives Kenzie & Gennaro e pode haver spoilers (evitados ao máximo) sobre fatos dos livros anteriores. Para saber o que eu achei dos outros livros, confira os links no final desta resenha.
Sobre Meninos e Lobos me apresentou à escrita do Dennis Lehane, mas foi Gone, Baby, Gone que me apresentou aos seus personagens mais icônicos: os detetives particulares Patrick Kenzie e Angela Gennaro. Quando conheci Lehane lá no ensino médio, logo ele se tornou um dos meus autores favoritos de ficção policial. Ao longo dos anos isso nunca mudou e quando embarquei nessa empreitada de ler os livros da série Kenzie e Gennaro na ordem cronológica, achei que talvez a releitura de alguns de seus livros não fosse funcionar. Mas, tantos anos depois, a trama de Gone, Baby, Gone conseguiu me deixar presa às páginas, fissurada nos acontecimentos e com aquela sensação de soco no estômago que Lehane consegue imprimir tão bem com sua narrativa.
No caso da vez, lidamos com o desaparecimento da garotinha Amanda no veranico de 1997, em Boston. Para ser ainda mais precisa, na região em que Patrick e Angie moram. Amanda desapareceu de seu quarto enquanto a mãe estava na casa da vizinha e o apartamento em que morava ficara destrancado. O caso da garota não demora a virar comoção popular e a falta de resposta acaba levando Beatrice e Lionel (tios de Amanda) a procurar a ajuda de Kenzie e Gennaro. Um trabalho que eles não querem aceitar, não porque encontrar crianças desaparecidas não seja um trabalho válido, mas porque as perdas recentes e a violência escancarada tão próxima de suas vidas os levaram a questionar se realmente querem permanecer nessa vida. Continuar lendo