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Um Autor de Quinta #102

Coluna inspirada no Uma Estante de Quinta da Mi Muller do Bibliophile .

Quase deixamos a coluna ser soterrada em camadas de poeira novamente…

Quero falar para vocês hoje sobre uma autora que conheci por suas obras sobrenaturais (e minha experiência não foi das melhores), mas que só ganhou minha admiração quando se aventurou pelo universo de Star Wars. Aliás, é dela um dos melhores livros do novo cânone da saga. É sério, se você é fã da saga e se aventura pelos livros também, não deixe de conferir Estrelas Perdidas da Claudia Gray.

Claudia Gray

 

Foto: Melissa Vincent – Del Rey/Random House

Claudia Gray é o pseudônimo utilizado pela autora americana Amy Vincent. Amy Vincent trabalhou como advogada e em 2003 ajudou no desmantelamento de um cartel internacional de contrabando de diamantes, o que levou muita gente a acreditar que o uso do pseudônimo poderia ser para se proteger dos integrantes remanescentes do cartel (o que a própria autora já desmentiu). Na verdade, o uso do pseudônimo não é para esconder seu passado dramático ou sombrio, para fornecer uma áurea de mistério, ou porque ela não ache seu nome real vendável, mas porque ela pensou que seria divertido escolher seu próprio nome, que foi baseado em uma de suas minisséries favoritas I, Claudius.

Desde criança ela sonhava em se tornar uma estabelecida autora de romances, mas a carreira como escritora só começaria efetivamente em 2008, quando ela publicou o primeiro volume da série Evernight pela HarperCollins. Atualmente Claudia mora em Nova Orleans e se dedica integralmente à escrita. Continuar lendo

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A Lista Negra (Jennifer Brown)

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No dia 02 de maio de 2008 Nick Levil, um garoto de 16 anos, abriu fogo contra vários alunos na cantina do Colégio Garvin onde cursava o Ensino Médio. Um professor e alunos morreram e Nick se matou após o ato. Seria mais uma tragédia que a comunidade precisaria enfrentar, se Nick não fosse namorado de Valerie Leftman e se os atos da garota não tivessem influenciado nas escolhas das vítimas. Valerie e Nick criaram juntos uma lista contendo pessoas e coisas que eles odiavam. Na lista em sua maioria, figuravam aqueles que constantemente praticavam bullying. Nick usou a lista para escolher os alvos. Por outro lado, quando tudo aconteceu, Valerie foi atingida ao tentar detê-lo e acabou salvando a vida de uma colega que a maltratava. E agora, vilã ou heroína?

“A escola ainda não tinha decidido se eu era vilã ou heroína e acho que eu não posso culpá-los. Eu mesma estava tendo dificuldade para resolver isso. Será que eu fui a bandida que criou o plano para matar metade da minha escola ou a mocinha que se sacrificou para acabar com a matança? Em alguns dias eu me sentia as duas. Em outros, não me sentia nem bandida nem mocinha. Era muito complicado. ” (Página 13)

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De Repente Acontece (Susane Colasanti)

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Minhas duas outras experiências com livros da Susane Colasanti (Esperando por Você e Tipo Destino) não foram muito positivas. Eu gostei dos personagens criados por ela, me diverti durante a leitura, mas no final restou a sensação de que ficou faltando algo. Faltam diálogos mais profundos (e antes que comentem, YA não é sinônimo de superficialidade) e faltou um maior aprofundamento nas temáticas sociais bastante frequente em suas tramas.

Em De Repente Acontece Colasanti traz a história de Sara e Tobey.  Dois adolescentes que estão para começar o último ano da escola e não poderiam estar caminhando para direções mais distintas.

Sara está preocupada em entrar para a universidade dos seus sonhos, mas também não quer ser apenas a nerd que sempre foi. Ela quer se reinventar, e no processo encontrar um amor verdadeiro. Tobey não leva a escola a sério e não quer saber de universidade. Sua única preocupação é sua banda e a Batalha das Bandas… Ele também está apaixonado por Sara. Mas ela, só tem olhos para Dave, e Tobey não é muito de colocar a cara a tapa. Continuar lendo

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Beleza Perdida (Amy Harmon)

Beleza Perdida

Quando vi que estavam “vendendo” o livro da Amy Harmon como uma releitura de A Bela e a Fera, não me empolguei muito. A premissa de cinco garotos que vão para a guerra e apenas um retorna, desfigurado, e passa a se isolar de todos, sendo o isolamento vencido pela mocinha que sempre fora apaixonada por ele, prometia um romance bem água com açúcar, então, já havia me preparado para não esperar nada além disso. E sim, Beleza Perdida tem muito romance, mas Harmon adicionou ao romance uma pitada (bem grande) de drama e alguns personagens bem carismáticos. No fim das contas, o romance passa a ser coadjuvante em meio à tantas outras tramas, e isso, na verdade, é muito bom.

“E então eles se foram, através do mar, para um mundo de calor e areia, um mundo que não existia de verdade, pelo menos não para Fern. E talvez não existisse para o povo de Hannah Lake, simplesmente porque era longe demais, desconectado demais de qualquer coisa que eles conheciam. E a vida continuou como antes. A cidade fez orações, amou, sofreu e viveu. (…) E o relógio continuou a correr calmamente. ” (Página 99)

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Quem é Você, Alasca? (John Green)

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Miles Halter tem 16 anos mora na Flórida e já estava acostumado a não ter amigos, pelo menos não amigos verdadeiros, sua rede social resumia-se aquela estabelecida por necessidade com os esquisitões da escola. Talvez o que mais houvesse de extraordinário em sua ordinária vida fosse o fato dele viver a devorar biografias e colecionar últimas palavras de moribundos famosos. Foi por causa desse hábito que ele descobriu as últimas palavras do poeta François Rabelais: “Vou em busca de um Grande Talvez”. Determinado a deixar sua vida monótona de lado e sair em busca de seu próprio Grande Talvez, sem para isso esperar até o dia de sua morte, Miles resolve entrar para um internato no Alabama.

Em Culver Creek, seu companheiro de quarto será Chip Martin. Chip já é estudante de Culver Creek há três anos. É bolsista integral e para azar (será mesmo) de Miles ele não faz parte dos descolados. Os alunos que só frequentam a escola de segunda a sexta e retornam para a casa de seus papais ricos nos fins-de-semana. Mas, se Chip já chega dizendo que não o ajudará a ter uma vida social em Culver Creek, pelo menos também não o abandona, e o insere em seu grupo de amigos, até mesmo lhe dando um codinome. Forma-se assim a dupla Coronel (Miles) e Bujão (ironia mode on detected). É o Coronel que também lhe apresenta Alasca, a garota gata com pilhas e mais pilhas de livros no quarto, voz potente, fornecedora oficial de cigarros do Coronel e sua espécie de guru para assuntos sobre como aproveitar a vida. Ela promete fazer o mesmo por Miles, se ele descobrir a que labirinto Simon Bolívar estava se referindo em suas últimas palavras e como sair dele. Continuar lendo

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O Maravilhoso Agora (Tim Tharp)

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O Maravilhoso Agora, talvez estivesse predestinado a ser daqueles livros que talvez eu nunca fosse me dar conta dele, que acabaria passando despercebido em meio a tantos livros marcados como desejos de futuras leituras, isso porque tudo o que a sinopse da história de Tim Tharp promete é mais um romance adolescente. O envolvimento romântico entre duas pessoas completamente diferentes: ele, o rei das festas, o amigo da galera; ela, a nerd incompreendida, o desastre social. Histórias com esse mote há aos montes por aí, então não seria algo que me chamaria atenção para esse livro em particular. Provavelmente eu nunca teria conhecido Sutter Kelly se não fosse pela resenha que a Anica publicou em seu blog (o Hellfire Club) quando O Maravilhoso Agora era ainda apenas The Spectacular Now e nem havia previsão de sua publicação cá no Brasil. E eu nem me atrevo a sonhar em escrever uma resenha tão pormenorizada e certeira como a da Anica, e recomendo que aos que tem dúvida quanto à história ou estão indecisos se vale a pena ler ou não, que passem por lá e confiram seu texto.

Mas voltado ao livro. Se não é apenas mais um romance juvenil, então do que trata O Maravilhoso Agora? Traz a história de Sutter Kelly, um garoto que está no último ano do ensino médio, mas que ao contrário de todos os seus colegas que vivem de fazer planos para a vida pós-formatura, ele é extremamente apegado ao presente, de sentir PAVOR do futuro. Além disso, para Sutter a vida é uma constante festa e deve ser celebrada, de preferência com um 7Up e um whisky, em qualquer hora do dia ou noite. Sutter é o garoto carismático, que gosta de todo mundo, se dá bem com todo mundo e para quem não há tempo ruim. Ele é daquelas pessoas que fica feliz com a felicidade dos outros. Como não simpatizar com alguém que transborda tanta empatia? Mas em meio a tanta festa o que fica claro é que a relação do garoto com as bebidas ultrapassa qualquer limite aceitável, ainda que ele se utilize de justificativas tão fortes e mirabolantes para negar o problema com elas. E ele pode até falar que não bebe para esquecer, ou para fugir e que sua vida é maravilhosa, mas ao conhecermos um pouco mais de seu passado e percebermos que lhe falta a perspectiva de um futuro fica difícil acreditar nessa desculpa… Continuar lendo

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O Começo de Tudo (Robyn Schneider)

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“Às vezes acho que uma tragédia vive à espreita de todo mundo; por isso, as pessoas que vão comprar leite na esquina ou que cutucam o nariz enquanto aguardam o sinal abrir estão a apenas alguns minutos de um desastre. Na vida de todos, não importa quão comum seja, existe um momento que se tornará extraordinário – um único embate após o qual tudo o que realmente é importante vai acontecer.” página 5.

Ezra Faulkner era considerado um dos garotos de ouro da escola. Capitão do time de tênis, forte candidato a ser rei do baile, presidente de classe e namorado de uma das “abelhas-rainha” da escola. Quando ele já estava acostumado com sua vida e com o que se esperava dele, um rapaz de 17 anos, popular e que tirava boas novas, mas que parecia fadado a ser eternamente comum, ele teve que enfrentar sua tragédia pessoal. A noite que mudou sua vida era para ser uma simples festa de aniversário, mas que acabou se tornando a noite que Ezra flagrou a namorada o traindo, e logo depois teve seu carro atingido por um motorista que furou o sinal vermelho. Seu carro, bem como seu joelho ficaram irrecuperavelmente destruídos. Ele era Ezra Faulkner, um dos garotos de ouro da escola, mas essa pessoa não existia mais. Ele era o garoto que vivia com uma raquete na mão desde pequeno, e que agora nunca mais seguraria uma nas quadras novamente… Continuar lendo

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Dente por Dente (Jenny Han & Siobhan Vivian)

Atenção, esta resenha trata sobre os acontecimentos do segundo livro da trilogia Olho por Olho e pode haver spoilers sobre os fatos do primeiro livro. Para saber o que eu achei do primeiro livro confira o link no final deste post.

Dente por Dente

“A energia que eu senti esta noite foi como a que senti no homecoming, só que cem vezes maior. Mesmo agora, ela ainda não foi embora completamente. Ainda posso sentir parte dela dentro de mim, revolvendo-se como um oceano na maré baixa.”

Depois dos acontecimentos do baile de homecoming que terminaram em um baita de um cliffhanger em Olho por Olho, era de se esperar que o próximo livro da série começasse a todo vapor. Mas, o início de Dente por Dente não poderia ser mais anticlímax. A história demora a engrenar e pode até fazer alguns desistirem pelo caminho, foi difícil superar a primeira parte da história o que acabou tornando minha leitura bastante demorada, por mim, cortava fácil algumas páginas que nada acrescentaram ao desenvolvimento da história. Era muita preocupação da Lillia com a roupa ideal para se vestir em cada ocasião ou sua indecisão eterna de quem ela quer ser amiga ou não (o que me fez tomar uma birra imensa da personagem em vários momentos) e muita depressão da Mary (que só não me fez desgostar da personagem, porque apesar de ser maçante faz muito sentido pela carga emocional que a personagem traz consigo, legal de ser ler não é, mas é coerente com os rumos da história), ainda bem que tinha a Kat (a minha favorita das três) que não é cheia de não me toques e não tem papas na língua, mesmo que em alguns momentos isso beire à falta de educação. Continuar lendo

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Olho Por Olho (Jenny Han & Siobhan Vivian)

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“Se for para entrar, é para ir até o fim. Até nós três conseguirmos o que queremos. Senão, bem… você pode se considerar a caça. A estação de caça vai abrir, e nós teremos muita munição para usar contra você. Se você não pode jurar que irá até o fim, então é melhor fingir que esta noite não ocorreu.”

Kat está cansada de servir de alvo para os comentários depreciativos de Rennie, alguém que um dia ela já considerara uma amiga e que agora banca a rainha do bullying com ela. Lilla está acostumada a servir de exemplo, guiar sua irmã mais nova e impedir que ela se machuque, mas por um descuido seu, a reputação de Nádia fica comprometida e ela sabe que não pode deixar isso passar em branco. Mary viveu na Ilha de Jar até os 13 anos, até que uma experiência traumatizante levou-a a deixar o lugar com sua família. Agora está de volta, determinada a dar a volta por cima e exorcizar os fantasmas do seu passado. Continuar lendo

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O Livro do Amanhã (Cecelia Ahern)

“Perdi meu pai. Ele perdeu seus amanhãs e eu perdi todos os nossos amanhãs juntos. Agora, pode-se dizer que os aprecio quando chegam. Agora, quero torná-los o melhor que puderem ser.”

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Tamara cresceu acostumada ao luxo e sem a mínima preocupação com o amanhã. Mas, a morte abrupta de seu pai veio para estilhaçar o mundo perfeito da garota de 16 anos. Primeiro pelo trauma de perder um ente querido e segundo, porque a perda do pai vem acompanhada de uma montanha de dívidas que obriga Tamara e sua mãe a deixarem a casa onde vivem e se mudarem para a casa dos tios da garota em um vilarejo no interior. Em sua nova vida os dias agitados já não têm espaço, a mãe vive no mundo da lua sem dar a mínima atenção à filha ou ao que a cerca, o tio não é de muitas palavras e a tia é uma controladora de carteirinha, uma sombra sempre presente a controlar todos os passos da garota e que parece guardar alguns segredos. A vizinhança? Um castelo em ruínas, uma cabana na qual ela não sabe quem mora, um posto de correios, uma escola vazia e um pequeno convento.

Essa primeira parte da história não tem ação nenhuma, segredo nenhum é revelado ou sugerido e mesmo assim a leitura longe de ser cansativa é divertida. Cecelia nos presenteou com belas passagens, alegorias inspiradoras, e metáforas poéticas, apesar de trágicas, que condizem com a situação vivida pela personagem. Eu, que tenho o costume de anotar os trechos que mais gosto tive que conter tal hábito porque a ação já estava desenfreada. É só porque consegui me segurar que esta resenha não está repleta de citações. Continuar lendo

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