O que aprendi nestes últimos anos…

Desde que eu me entendo por gente, eu leio, e me sinto excluída por isso. Com o passar dos anos, graças à internet e algum amadurecimento, conheci pessoas que, como eu, se identificam com a palavra escrita, com o gosto de se ter uma história nova, um mundo novo para conhecer e explorar na ponta dos dedos.

Com o passar dos livros, adquiri uma habilidade que hoje é vício e mania: sempre procuro me identificar com alguma personagem. Pode ser mulher ou homem, jovem, criança ou velho, rico, pobre.. Pode ser qualquer coisa, mas me identifico, seja por uma característica física em comum (olhos verdes são freqüentemente descritos, então essa é normalmente a mais fácil), mas o mais comum é me identificar com a personalidade da personagem.

Em todas as histórias, ou quase todas, aparece aquele casal perfeito que depois de algumas intrigas ficam juntos e enfrentam tudo e todos pelo amor perfeito que os une. Os casais são sempre diferentes de um livro para o outro, mas estão sempre lá, nos fazendo sonhar com a nossa versão de final feliz. Claro que, como eu sempre me identifico com alguma das personagens, eu sempre tento encaixar meu namoro no relacionamento das personagens…. =P

Hoje, eu e o Fábio fazemos dois anos de namoro. Foram, para mim, dois anos maravilhosos. Os primeiros de, acredito, espero, sonho, muitos. Claro que nesse tempo todo, eu li muitos livros, e constantemente surpreendi o Fábio com a rapidez com que consigo devorar um livro, especialmente quando ele me fisga.

Aprendi, com estes dois anos que amar não é fácil, que há vários tipos de amor. E aprendi que o meu amor pelo Fábio se encaixa de diversas maneiras no amor dessas personagens com quem eu sempre me identifico…

~Descobri que o amor tem tempo certo, e que não adianta insistir, às vezes temos que esperar e dar tempo ao tempo, e dar tempo para a pessoa amada descobrir o amor. Como a Gina, em Harry Potter, que esperou o Harry por seis anos, o viu com outras meninas e, sim, teve seus outros romances.

~Descobri que, às vezes, os dois amam, mas ainda não perceberam. Aprendi a paciência que Michael teve ao esperar por Mia, e sei como é desistir, por algum tempo, para que o sentimento se fortaleça.

~Descobri que o amor não tem tempo certo, que quando começa, não dá para esquecer facilmente, independentemente do que os separa: seja o tempo ou o espaço. Sou a Claire, duzentos anos à frente de meu amor, fielmente amando, aguardando a maré do tempo permitir o reencontro.

~Descobri que o tempo tem amor, pode ir para o passado ou para o futuro que ele estará lá. Sou Henry, viajando no tempo, sempre procurando minha Clare e amando-a independentemente do que encontro nas viagens.

~Descobri que amar é um farol, e um farol é uma história, e que todos temos a nossa. Não podemos deixar de ser o guardião do farol, assim como Silver, que recomeçou vezes e vezes de novo e nunca se deixou perder a história.

~Descobri que amar é inevitável, a gente pode fugir o tanto que quiser, mas ele vai estar lá quando olharmos novamente. Somos Schuyler e Jack, cujo amor é tão proibido, mas tão verdadeiro, que eles têm que decidir se vão morrer sem ou por ele.

~Aprendi que o amor perdoa tudo, mesmo quando não acreditamos que isso seja possível. Sou Lord John, que perdoa seu amor mesmo quando ele cometeu a maior das traições.

~Aprendi que o amor nos leva a sacrificar tudo para garantir o bem-estar da pessoa amada, como Derfel, que deu a mão, deu a religião e deu o amor por Artur pela segurança de Ceinwyn.

~Vi como o amor supera todos os preconceitos, e ainda, se fortalece apesar deles, como Darcy e Lizzy.

~Senti que meu amor não começou hoje, é como se em outras vidas a gente tivesse se encontrado e se amado, assim como Alaïs e Alice.

E vi, aprendi, descobri tantas outras coisas com o Fábio que poderia escrever para sempre, mas aprendi também que há coisas que são melhor ditas no silêncio de um olhar profundo.

Me encontrei nas personagens, me encontrei no meu amor pelo Fábio que, em dois anos me fez viver todas as histórias de amor que eu acreditava só existirem no papel. Leio mais e me vejo em mais romances e vivo mais dias felizes ao lado do homem que me ensinou todas as faces de amar, que me ama apesar do meu vício por esmaltes, apesar de enrolar pra dormir (e fazê-lo esperar por mim), que me busca no aeroporto a horas absurdas da noite, e me deixa lá mais cedo do que gostaria. Obrigada, Fábio, por me ensinar que amar é tudo e sem ele, não somos nada. Nunca senti isso antes, e é uma sensação que faz parte de mim, me define. Te amo.

Espero que nós possamos aprender muito mais com todo o tempo que temos à nossa frente. Que nosso amor, já tão grande, nunca deixe de crescer e que nós dois continuemos a nos encontrar nos romances que encontramos. T4 =D