Nick Farewell sempre se considerou muito mais leitor que escritor e durante muito tempo protelou a publicação de seu romance, já que começou a escrever muito mais para aprender a se expressar do que com o objetivo de se tornar um escritor (http://osegredodosescritores.blogspot.com.br/2009/10/entrevista-com-nick-farewell.html). Ainda bem que ele tomou coragem e GO marca a sua estreia no mundo literário.
“Mas essa não é a história do homem que lia pensamentos. Acredite, qualquer um pode fazer. O que eu quero contar para você é como um homem comum pode ser, ou se você preferir, ter o que quiser. Afinal o que eu quero da vida? A resposta é mais estúpida e genial possível: eu quero viver.”
A história se passa em São Paulo (sim gente, o autor é brasileiro). Nela conhecemos um cinéfilo, leitor compulsivo, DJ nas “horas vagas”, com problemas de relacionamento e que tem como projeto de vida conseguir terminar o romance que está escrevendo. Ele, que não nos entrega seu nome e atende pela alcunha de Mr. Fahrenheit, se entrega à elucubrações sobre a vida, os conhecidos, sobre como conseguir uma refeição gratuita, meios de trabalho ilegais, literatura e autores beat e outras informações que ele considera necessárias para viver a vida. E o início do livro basicamente se restringe a esses elementos. A história não entrega a que veio e se não podemos imaginar o que esperar para o protagonista, pelo menos, podemos contar com diálogos (ou monólogos como bem pontuado por ele) verborrágicos, filosóficos e humorados, apesar de toda melancolia que parece rondar sua vida. Talvez seja por isso que o início da leitura de GO foi demorada. O romance demora a engrenar e acho que em grande parte isso ocorreu porque demorei a me acostumar com o fluxo de consciência pessimista e com a tendência ao sofrimento que o protagonista vivia a se autoimpor. Continuar lendo










