
Para ser bem sincera fiquei mais cativada pelas palavras de João Anzanello Carrascoza, responsável pela curadoria da TAG Experiências Literárias em janeiro, do que por seu indicado, o autor espanhol Javier Cercas. Não é que a narrativa de Cercas deixe a desejar, muito pelo contrário já que seu texto é bastante fluido, mas é que já é de praxe Cercas transformar seus narradores em alteregos e a imagem que isso constrói em alguns momentos não é muito legal, sobretudo o machismo inerente do autor. Que sim, talvez seja espelho da época retratada no romance e per se, apesar de incômodo, é admissível. É por isso, que relevando isso, a narrativa de Cercas é envolvente e em A Velocidade da Luz ele traz para os holofotes uma narrativa sobre a literatura, ou melhor sobre como se produz literatura. Um prato cheio para qualquer amante dos livros.
A trama abarca mais de vinte anos e tem início nos anos 1980 quando o narrador, espanhol e aspirante a autor, desembarca para uma temporada em uma pequena cidade dos Estados Unidos. Ali, ele conhece Rodney Falk, um veterano da Guerra do Vietnã, com quem trava diálogos bastante eloquentes. Continuar lendo









