
Quando soube sobre o livro do Josh Malerman, confesso que não me interessei muito em lê-lo. Isso porque Caixa de Pássaros transmite uma vibe muito forte de história de terror. E eu e histórias de terror simplesmente não combinamos. Principalmente se a história for repleta de mortes violentas (na maioria das vezes sem sentido algum) e sangue jorrando para todo o lado. E bem, a promessa de algo lá fora que provocava a morte das pessoas lembrava muito um romance de King para o meu gosto. Mas aí, comecei a ler alguns comentários sobre a obra e a curiosidade venceu o receio original. Comecei a perceber que mais do que uma história de terror, a obra de Malerman prometia um drama psicológico, um certo ar de distopia e muito mais suspense que terror. Pronto, bastou para que eu decidisse conferir o livro. E o melhor, foi que não me decepcionei, nem um pouco.
“Malorie sabe que quatro anos podem facilmente virar oito. Oito se tornarão doze em um instante. E então as crianças serão adultas. Adultos que nunca viram o céu. Nunca olharam por uma janela. O que doze anos vivendo como gado fariam com suas cabeças? Será que há um momento em que as nuvens do céu passam a existir apenas em suas mentes e o único lugar onde os filhos se sentirão à vontade será atrás do tecido negro das vendas?” (Página 9)
Há alguma coisa lá fora, mas Malorie está decidida a enfrentá-la hoje junto com seus filhos, Garoto e Menina, em busca de um lugar onde possam recomeçar a vida longe desse terror. A história começa com a fuga dela e das crianças desse lugar devastado. E depois retorna no tempo para quase cinco anos atrás, quando Malorie ainda estava grávida e o terror apenas começava. Indo e voltando no tempo, Malerman vai traçando os rumos dessa história dramática. Continuar lendo →