A trilogia Maze Runner começou a ser publicada em 2009 e no Brasil pela editora V&R a partir de 2010. Desde essa época tenho o primeiro exemplar na estante e protelei sua leitura porque queria ler só depois que a trilogia fosse terminada, ou pelo menos estivesse em vias de ser concluída. Por quê? Porque minha mãe começou a ler a série e ficou com raiva por que a história não terminava e o bendito do gancho deixado pelo autor era de deixar o leitor se corroendo de curiosidade, hahaha. Hoje entendo a reclamação, também ficaria do mesmo jeito se não tivesse todos os livros para ler de uma tacada só. Dashner construiu uma história repleta de mistério, dramas psicológicos e com uma alta carga de adrenalina e situações, que quase (QUASE) podem ser comparadas às dos filmes de açougueiro (leia filmes de terror, nos quais sangue e corpos mutilados não são negados ao telespectador). E só digo quase, porque apesar de todo o sangue, o autor conseguiu construir um arcabouço convincente por trás da situação vivida pelos personagens, que sustenta a história do primeiro livro e abre caminhos para serem explorados nos livros seguintes. Aos que estão fascinados pelas distopias que andam sendo publicadas atualmente, está é mais uma que merece ser conhecida.
Tudo começa com ele acordando em um elevador escuro. A única coisa que lembra é que se chama Thomas, mas, não sabe seu sobrenome, quem são seus pais ou de onde veio. E é esse menino aterrorizado que de repente se vê lançado a um lugar chamado Clareira. Um lugar habitado apenas por garotos (que se autodenominam de Clareanos), cercado por altos muros e que funciona como uma prisão. O único contato deles com o que acreditam existir fora dali é através do elevador que traz a cada mês mais um garoto e uma vez por semana alguns suprimentos. Quem os colocou lá e com que finalidade são as dúvidas que permeiam todo o livro, a única coisa que eles sabem é que para escapar dali devem decifrar o segredo do Labirinto que cerca a Clareira e a tarefa além de cansativa é bastante perigosa porque lá é o “lar” dos Verdugos, criaturas bastante mortíferas. A “entrega” de Thomas poderia ser apenas a de mais um calouro chegando, mas os padrões foram quebrados. Porque depois de Thomas, uma garota foi enviada. Teresa chega com uma mensagem que deixa todos alvoroçados e Thomas começa a perceber que não é apenas mais um calouro e que as coisas na Clareira nunca mais serão as mesmas…
“Agora, mais do que nunca, entendia a obsessão dos Clareanos em descobrir a saída do Labirinto. Não era só uma questão de escapar. Pela primeira vez, ele sentiu uma vontade imensa de se vingar das pessoas responsáveis por manda-lo para lá.”
É Thomas que nos conta a história, mas os outros garotos também tem bastante espaço, o que foi um ponto positivo da narrativa, porque tornou o protagonista mais humano e nos deu outros personagens para odiarmos, amarmos e torcemos para que alcançassem a tão almejada liberdade. E se os Clareanos a primeira vista não inspiram confiança, com o tempo vão nos mostrando que são apenas crianças endurecidas pelas crueldades a que são submetidos, mas que apesar de tudo ainda mantêm sentimentos e necessidades inerentes da idade. É assim, que além de torcemos por Thomas, também passamos a torcer pelo pequeno Chuck e nos emocionamos com sua relação com o protagonista, descobrimos que Newt é um bom amigo para se ter por perto e aprendemos a gostar até dos comentários sarcásticos e da cabeça esquentadinha do Minho.
Os Clareanos têm um palavreado particular, o que acarreta em diálogos peculiares que lembram os diálogos de Alex e sua gangue em Laranja Mecânica. E quando um texto apresenta esse tipo de característica é impossível não se perguntar se o trabalho de tradução conseguiu manter as propriedades imaginadas pelo autor e bom, não sou pesquisadora da área nem tive a oportunidade da conferir o texto original, mas enquanto leitora não posso reclamar da tradução do Henrique Monteiro, que soube escolher palavras diferentes que apesar de provocarem uma estranheza inicial são facilmente incorporadas ao vocabulário no decorrer da história. Acho que cumpriram bem o papel de evidenciar o entrosamento gradual de Thomas na sociedade dos Clareanos.
Com tanta adrenalina e com uma narrativa fácil de enxergar como um roteiro, até que demorou bastante tempo para que se falasse em uma adaptação cinematográfica. Alguns sugerem que o interesse tenha advindo do sucesso de Jogos Vorazes, bem ele pode até agradar alguma fatia desse mercado, mas ainda acho que a mera comparação entre as duas obras seja desnecessária e incongruente. Afinal, a única coisa que ambas tem em comum são o fato de se tratarem de distopias. O fato é que logo poderemos acompanhar nas telonas toda a angústia e as batalhas dos Clareanos e Thomas, a 20th Century Fox já tem os direitos e ao que parece Wes Ball será o diretor responsável por levar Maze Runner às telonas. Fonte: Imdb http://www.imdb.com/title/tt1790864/
Conheça a trilogia Maze Runner
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