Olá pessoal que acompanha o Blablabla Aleatório e que devem estar estranhando que outra pessoa além da Mari esteja postando aqui no blog. Explico-me, sempre quis ter um lugarzinho para postar as resenhas literárias ocasionais que faço, por isso tantas vezes já pensei em criar um blog mas, acabava desistindo por pura e simplesmente preguiça. Hoje estava comentando sobre isso no twitter e a Mari prontamente me ofereceu a oportunidade de ser colaboradora aqui no blog e ter um cantinho para postar minhas resenhas, na hora eu aceitei. Minhas colaborações nesse primeiro momento serão apenas as resenhas literárias, mas ocasionalmente alguns posts aleatórios poderão surgir.
Me chamo Núbia Esther, mas sou mais conhecida nos fóruns que participo por Katrina, aliás foi em um deles que conheci a Feanari! Sou bióloga e atualmente faço doutorado em ecologia e evolução, adoro estudar as relações de parentesco entre os animais e levantar hipóteses de como a diversidade biológica surgiu em determinados locais e por esse motivo, atualmente a genética tem sido o campo de estudo a que estou me dedicando. Em meio a tudo isso, adoro ler ou como meu amigo adora falar sou uma leitora voraz, do tipo que acaba de ler um livro e já começa outro logo em seguida, então espero postar aqui as minhas impressões sobre algumas obras, nada muito espetacular mas espero que gostem. E agora chega de conversa, afinal não foi só para isso que a Fea me convidou para participar do blog.
Resenha: Os Dias Do Cervo (Liliana Bodoc)
“E aconteceu há tantas eras que não resta dela nem o eco da lembrança do eco da lembrança…”
É assim que Liliana Bodoc nos apresenta os fatos que serão narrados na Saga dos Confins. ‘Os Dias do Cervo’ é o primeiro volume de uma trilogia que narra a luta dos povos das Terras Férteis contra Misáianes, a força maléfica da Terra Antiga.
Mas quem é Misáianes? Misáianes é o filho da Morte, nascido contra as Grandes Leis que regem o mundo criado por Bodoc. Ele também é retratado como a “chaga” pela qual o Ódio Eterno, que sempre quis acabar com as criaturas, pode existir no mundo destas e empreender seu objetivo.
As Terras Antigas e as Terras Férteis estão separadas pelo grande mar Yentru e da Terra Antiga não se sabe muito, mas as Terras Férteis, essas nos são apresentada com tal riqueza de detalhes que é possível imaginar o cenário em que a história se desenrola. Conhecemos os husihuilkes, um povo guerreiro do sul que tem forte ligação com a floresta, os zitzahays, os pastores, os senhores da terra do sol. Cada qual com seus costumes, sua aparência e sua língua, mas que perante o grande mal que ameaça a existência da vida nas Terras Férteis precisam se unir, aprender a aceitar as diferenças e lutar por uma causa comum. Como expoentes dessa batalha temos o guerreiro husihuilke Dulkancellin, o bruxo da terra Kupuka e os Astrônomos da Casa das Estrelas, estes últimos responsáveis pela Magia.
O mundo das Terras Férteis foi criado tendo por base o continente americano (apesar da topografia ser totalmente fictícia) e é possível perceber isso no clima, no nome dos lugares (Dentes de Onça-Pintada, As Perdizes, Amarela das Andorinhas…) e na representação dos povos como por exemplo os husihuilkes e seus cabelos escuros e lisos ou o povo da Terra do Sol e suas roupas ornadas em ouro. Ponto para Bodoc que soube criar um mundo fantástico fugindo do convencional e com isso carregou sua obra com uma identidade singular, com a qual os leitores sul-americanos decerto apresentarão grande identificação.
A luta do bem contra o mal; diferentes povos lutando contra uma grande ameaça emanada por um só ser. Isso não lembra alguma coisa? Pois é, no início do livro me lembrei da narrativa tolkieniana no Senhor dos Anéis e a caracterização de Kupuka, com suas idas e vindas e missões secretas deve ter sido inspirada pelo Gandalf só pode.
“O Bruxo da Terra andava descalço pela floresta. Não tinha criados e sua casa era uma caverna em algum lugar das Maduínas”.
Mas as semelhanças param por aí. Alguns chegam até a sugerir que a obra de Bodoc seja na verdade uma releitura sobre os acontecimentos históricos do descobrimento da América. Com os povos da Terra Antiga representando os colonizadores europeus, suas armas de fogo e as doenças responsáveis pela dizimação de muitos povos sul-americanos. Não sei se esse foi o objetivo da autora, mas como se trata de uma obra de ficção fantástica, múltiplas leituras poderão ser feitas. O fato é que a história é excelente e não vejo a hora de ler os outros dois volumes que completam a saga: ‘Os Dias da Sombra’ e ‘Os Dias do Fogo’. Recomendo para os que gostam de uma boa leitura fantástica.
Termino essa resenha não sem antes comentar um ponto positivo da tradução da Sandra Martha Dolinsky que soube escolher palavras não tão usuais de nosso vocabulário, o que contribuiu para fortalecer a sensação de antiguidade aos acontecimentos narrados no livro.
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Parabéns pela resenha e pelo “posto” de colaboradora! 🙂
Fiquei com vontade de ler essa trilogia ^^
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Obrigada! =D
E eu estou na torcida para que publiquem logo os próximos volumes, senão vou arriscar no espanhol argentino mesmo…
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Que legal isso! Fiquei contente!!! Parabéns pela aquisição de peso Mari e ótima resenha Nú!!! =***
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Obrigada Ly! =D
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Tão feliz por você agora está na blogosfera. Parabééns mesmo *_*
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