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Um Autor de Quinta #60

Coluna inspirada no Uma Estante de Quinta da Mi Muller do Bibliophile. Pretendemos toda quinta-feira trazer informações, curiosidades e algumas dicas de leituras e afins sobre algum(a) autor(a).

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Keith Donohue

Keith Donohue nasceu em 1 de janeiro de 1960 em Pittsburgh na Pensilvânia. Obteve seu bacharelado e o seu mestrado em Artes pela Universidade de Duquesne e seu doutorado em Inglês pela Universidade Católica da América. Seu primeiro romance, The Stolen Child, foi publicado em 2006 e recebido muito bem pelos críticos, chegando a lhe render o prêmio de melhor romance adulto do Mythopoeic Fantasy Award em 2007.

Atualmente ele é diretor de comunicações da Comissão de Publicações e Registros Históricos do Arquivo Nacional de Washington DC. Ele também escreve artigos para o The New York Times, Washington Post, entre outros jornais. Continuar lendo

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A Criança Roubada (Keith Donohue)

Pode alguém assumir o lugar de outro a perfeição? Keith Donohue nos mostra que sim, pelo menos à primeira impressão em seu livro A Criança Roubada. O autor nos apresenta os hobgoblins ou fadas das florestas, criaturas que permeiam o imaginário popular e que mostram ser muito reais e capazes de um ato terrível… ao se tornar um changeling essas criaturas trocam de lugar com uma criança, escolhida à dedo, assumem suas feições, sua vida e a criança torna-se um hobgoblin.

Foi o que aconteceu com o garotinho Henry Day em 1949. Ao fugir de casa, teve sua vida roubada e usurpada por um desses seres e se viu ele mesmo transformado em um. Passamos então a acompanhar o processo de adaptação do changeling em Henry Day e o de Henry Day em Aniday. Encantamos-nos por Aniday e também pelo suposto Henry Day. A descrição que Donohue faz desse processo é rica em detalhes, sensível e enternecedora. Os processos de aprender viver na floresta e o de aprender viver em uma casa de humanos, apesar de tão díspares, mostram-se semelhantes. O processo se resume a luta pela sobrevivência e a busca pelo eu. Aniday luta para não esquecer seu eu anterior, não deixar escapar entre os fios das memórias tão frágeis as sensações, rostos e lembranças de sua família. Enquanto Henry Day luta contra a verdade de que ele antes era um changeling, verdade esta que ele não consegue deixar para trás. Continuar lendo

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Um Grito de Amor do Centro do Mundo (Kyoichi Katayama)

Com o título original de Sekai no chushin de ai wo sakebu, Um grito de amor do centro do mundo é o primeiro título do autor (que iniciou sua carreira literária em 1986) a ser traduzido e publicado no Brasil. O tema abordado no livro já foi utilizado à exaustão em tantas outras obras literárias e cinematográficas: uma história de amor que será interrompida bruscamente por uma tragédia, quem já leu Love Story ou Um Amor Para Recordar sabe do que estou falando. Então, quer dizer que é só mais um livro sobre isso e não traz nada de novidade? Não é bem assim, ainda que o enredo siga a velha fórmula explicitada acima, a beleza da história está em acompanhar o desenrolar da relação entre os personagens e as memórias do protagonista.

“Tudo aconteceu num intervalo de quatro meses; praticamente o de uma única estação do ano. Foi nesse curto espaço de tempo que uma garota desapareceu desse mundo. Se considerarmos que existem seis bilhões de habitantes, certamente sua perda é insignificante. Mas não estou com esses seis bilhões. Estou num lugar em que uma única morte extinguiu todos os meus sentimentos. Estou num lugar assim. E nesse lugar sou aquele que não vê, não ouve e não sente mais nada…”

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