
Após uma tragédia, que marcou sua família profundamente, Katherine Patterson decide se mudar para uma nova cidade e iniciar uma nova vida, aproveitando o anonimato recém-adquirido. Tudo o que ela mais quer é passar despercebida em seu novo colégio e que ninguém desenterre o que aconteceu em Melbourne. Mas, seus planos estão destinados ao fracasso, porque Katherine chamou a atenção de Alice Parrie e logo as duas começam uma intensa amizade. Uma amizade que fornece a Katherine um alento pós-crise e à Alice toda a atenção que ela necessita, além de vir com um bônus, Robbie, apaixonado por Alice, que vem para completar o trio que a partir de então passa a ser inseparável. Inseparável até que em sua ânsia por ser o centro das atenções, Alice não se preocupa em ferir as pessoas, e Katherine ao perceber esse lado sombrio na amiga percebe que ela talvez não seja o tipo de pessoa para manter em sua vida. Mas, ai de quem ousar deixar Alice de lado.
Os personagens de Bela Maldade são bem coerentes e alguns cativantes. Se a protagonista Katherine não inspira lá muito amor com a sua estratégia de esconder seus sentimentos e se contentar em ser o capacho de Alice. O mesmo não se pode dizer de Philippa e Mick que nos pegam de jeito desde a primeira vez que aparecem. Quanto à antagonista, tenho lá meus receios. Alice, nas palavras de Katherine, além de bela é sociável e, apesar, do lado perverso sabe fazer uma pessoa se sentir querida e indispensável. Com a parte do perverso e da bajulação até concordo, mas ora bolas, uma pessoa para ser sociável teria no mínimo que ter um grupo de amigos (ou puxa-sacos, ou qualquer coisa que o valha) considerável. Mas Alice, parece apenas ter Katherine e Robbie em sua vida. A impressão que fica é que a autora definiu a imagem da personagem, mas esqueceu de trabalhar a narrativa de forma a deixar essa imagem coerente. Alice, mesmo que tivesse mil amigos, ainda poderia ficar ressentida ao ser deixada para trás por Katherine e fazer tudo o que fez. Ainda bem que mesmo James tendo pecado nesse lado, soube retratar o potencial destrutivo da personagem muito bem. E como a narrativa gira em torno dessa destruição, a gente acaba relevando essas incoerências na caracterização da personagem. Continuar lendo →