Fim de uma etapa

São poucos os momentos na vida em que podemos dizer “isto acabou” sem ficar um pouco tristes. De um modo geral todos os finais são carregados de um sentimento de que aquilo nunca mais voltará, e quanto maior o contato, maior a sensação de perda. Hoje, quinta-feira, 17 de fevereiro, faz uma semana que minha sala da faculdade se reuniu para comemorar o final da nossa convivência. E o sentimento predominante inevitavelmente foi o de perda.

CLARO que estávamos felizes, empolgados e surtando. ÓBVIO que sentimos orgulho de termos terminado (finalmente) os quatro anos de aulas cansativas (bom, pelo menos alguns de nós acabamos =P). Mas cada instante de alegria era pontuado por uma lembrança, mesmo que no fundo da mente, de que aquele era o fim.

Nós nunca mais vamos nos reunir numa sala de aula abafada e ouvir o tagarelar sem fim de nossos professores, alguns mais, outros menos, mas todos bastante enrolados e quase sempre incapazes de prender nossas atenções por muito tempo. Nunca mais vamos fugir da aula para beber um suco ou comer alguma coisa no quiosque mais próximo. Já perdemos a última oportunidade de matar aula.

Já estou com saudade das pessoas que passaram os últimos quatro anos da minha vida comigo. Claro que tem gente de quem eu não vou sentir falta alguma, mas tem outros que eu queria demais poder colocar na mala e trazer comigo pra casa, pra não perder a convivência. E espero não perder a amizade, porque é isso que fica quando tudo acaba: as pessoas que conhecemos no caminho. Eu nunca vi tanta gente parecida comigo como vi na Química 07. Era como se tivessem pego a minha personalidade, misturado, cortado em pedaços e colocado em outras pessoas. Eu vi em todos uma parte (boa ou ruim) de mim. Acho que por isso que eu gostei tanto de todos da sala. Não ouso dizer que saí de lá amiga de todos. Sei que falhei fortemente em cultivar (e cativar) amizade com cada uma das quase 50 pessoas que entraram comigo. Mas isso não muda o carinho que sinto por todos.

Algumas pessoas foram meus amigos desde o primeiro dia até o último, e, sem sombra de dúvida, serão as de quem sentirei mais falta. Nada anormal, não é? Sentimos mais falta daqueles com quem convivemos mais. Mas nos quatro anos de Química, convivi mais com as pessoas mais parecidas comigo. E ainda assim, não convivi o bastante. Faltou tempo para fazermos juntos vááárias coisas que havíamos planejado (como viagens, aulas…), e sobrou tempo para o que mais gostamos de fazer juntos: VARZEAR.

Acabou, e a minha ficha ainda não caiu. Sinto que quando o album de fotos chegar, vou perceber que queria que ele tivesse bem mais fotos (infelizmente, não pude participar de MUITOS eventos pura e simplesmente porque datas de festas e viagens bateram =/), e aí sim vou me tocar de que a farra acabou e agora eu estou sozinha, em uma etapa da minha vida em que devo conhecer novas pessoas e forjar novos laços de amizade.

Espero, do fundo do meu coração, ser lembrada. Porque eu não vou me esquecer de ninguém, embora possa me esquecer das coisas que aconteceram. Afinal, quem me conhece, sabe que a minha memória precisa de um pouco de ajuda pra funcionar…

PS: Izze, eu JURO que eu vou fazer um post completo sobre a formatura ASSIM que pegar as fotos que meu pai tirou =)