Hoje eu estava sem inspiração para postar. E uma das regras do Post a Day 2011 era que eu visitaria o site Daily Post sempre que eu precisasse de inspiração. E foi o que eu fiz…
A idéia de número 77 foi a que chamou a minha atenção e atiçou a minha inspiração para este post: Escreva sobre um segredo que você falhou em guardar. Infelizmente (ou felizmente, depende do ângulo) eu normalmente sou muito boa em guardar segredos. Eu fico agoniada para dividir e conversar com alguém, mas se você pedir para eu guardar, é provavel que eu esqueça, só para garantir que não contei para mais ninguém.
Infelizmente, eu não fui sempre assim. E este post contará a história de uma vez que me marcou profundamente. Mudei os nomes dos envolvidos só para não ficar chato (vai que alguém desse passado lê??).

Eu queria desesperadamente ser amiga do garoto novo, o Miguel. Ele parecia super deslocado e eu, que sempre me senti assim, achei que nós nos daríamos bem. Comecei a encher o saco dele durante os intervalos entre as aulas e, aos poucos, mostrei a pessoa legal que eu sou. Aos poucos, fomos ficando mais e mais amigos, laço que ouso dizer se mantém até hoje, muitos anos depois, apesar da distância e da falta de diálogos contantes.
Todas as garotas da minha sala tinham uma quedinha por ele. Mas era algo tão bobo e infantil, que nem merece ser chamado de quedinha, sabe? Nenhuma era apaixonada por ele, e aposto que se alguma delas realmente tivesse captado o interesse dele, isso seria o suficiente para fazê-la desistir desse “sentimento”. Acho que era aquela sensação de querer bem que sentimos pelas pessoas com quem simpatizamos, mas que parecem totalmente perdidas – o amor pelo cachorrinho abandonado. Mas éramos adolescentes, e queríamos saber se havia alguém que atraiu o olhar do Miguel.
Meu status de melhor amiga dele fez com que todas as meninas pedissem para eu investigar, e, meio isolada como eu era, eu não hesitei em perguntar pro Miguel se ele estava “a fim” de alguém da sala. Ai minha adolescência! CLARO que ele negou veementemente que gostava de alguém e CLARO que eu insisti até que eu arranquei dele que ele gostava da Fabíola…
E claro que eu fui e contei pra ela logo depois.
E claro que ele ficou sabendo.
E claro que ele me odiou por ter contado.
Eu me odiei também, por muito tempo. Demorei quase metade do ano pra conseguir provar pro Miguel que eu estava arrependida e jamais faria algo parecido, com ele ou qualquer outra pessoa do universo.
Porque segredos nós contamos a pessoas em quem confiamos, pessoas que acreditamos que vão manter a condição de segredo. Já sofri muito por ter segredos meus contados a terceiros, quartos ou quintos. E aprendi que, independentemente do que for, eu sou uma pessoa que guarda segredos. Graças ao Miguel.










