
“A doença de Rae nos deixou secos. Sou uma palha. Uma concha vazia. Não me admira que outras mulheres me evitem. Percebem que vou suga-las também. Talvez Tom esteja certo. Talvez tudo esteja relacionado a mim. Eu e meus intermináveis problemas. As mulheres percebem que preciso de tudo e que não tenho nada a oferecer em troca de amizade. Todas elas, ou melhor, menos Suzy.”
Uma Questão de Confiança (The Playdate) é o romance de estreia de Louise Millar. A autora trabalhou muito tempo como jornalista, publicando vários artigos principalmente em revistas femininas. Talvez venha dessa época a inspiração para os seus romances. Seus dois livros, o último em pré-venda, versam sobre o cotidiano familiar. Com protagonistas mulheres que se veem confrontadas com situações que promovem grandes mudanças em sua vida, seja a doença de um filho ou o assassinato do marido, e que precisam acertar o caminho novamente. Essa é a premissa a partir da qual Millar constrói seus romances com alta carga psicológica e que prometem brincar com o conhecimento do leitor. A autora acredita fortemente na máxima nem tudo é o que aparenta ser.
Em Uma Questão de Confiança, a história gira em torno de três mulheres, que também são narradoras: Callie, Suzy e Debs.
Callie e Suzy já se conhecem há pouco mais de dois anos e estabeleceram uma relação de amizade desde que Callie (mãe divorciada) mudou-se para a vizinhança com a filha Rae e não foi aceita pelos vizinhos. Suzy tem um casamento aparentemente perfeito, mas só aparentemente, porque nem os três filhos pequenos conseguem segurar Jez em casa. Callie e Suzie não tem nada em comum. Nada a compartilhar além de conversas superficiais e ainda assim são “melhores amigas”. Mas, na verdade essa amizade é quase uma relação salva-vidas para as duas. E Callie é bem ciente disso, para chegar a ser egoísta a respeito. Por quê? Que segredo é esse que aparentemente ela esconde para precisar se apoiar tanto nessa amizade? E quais serão as consequências do novo trabalho de Callie para essa amizade? Continuar lendo →