A guardiã do farol – Jeanette Winterson

A Guardia do Farol_capa

Conte uma história, Fe.

 

Que tipo de história?

Sua história com este livro

Eu sou absolutamente contra quem julga um livro pela capa, afinal, um desenho dificilmente diz muito sobre as palavras que estão contidas no livro. No entanto, minha própria história literária me condena. Já comprei livros pela capa. Conheci Bernard Cornwell, o autor da minha vida, porque me apaixonei pela capa de “O Arqueiro” láááá em 2002.

Então, sempre que entro em uma livraria (o que nos últimos tempos tem sido uma tarefa árdua porque elas parecem que estão em extinção, assim como meu tempo livre para visitá-las) eu me deixo levar pelo mar de capas até que uma delas, como um farol, chama minha atenção e chama meus dedos, implorando que eu o pegue. Foi assim com O Arqueiro. E foi assim com A Guardiã do Farol.

Comecei a ler o livro durante o almoço corrido do dia em que foi comprado, no começo de setembro e fiquei grudada nas palavras. Conheci Silver, uma menina que nasceu no ângulo e viveu assim desde então, e me viciei no seu jeito ágil de narrar as coisas.

Não é agilidade porque a história seja corrida, embora também seja. É ágil porque parece quase um fluxo de pensamentos, uma idéia correndo atrás da outra, em uma corrida para ver quem chega ao papel antes. É uma delícia de ler, e faz com que a leitura flua rapidamente. Graças a isso, terminei o livro durante a semana mais agitada dos últimos tempos.

Silver, depois de perder a mãe, é levada ao farol de Salts, a insignificante cidade litorânea onde mora, e fica aos cuidados do cego Sr. Pew, o guardião do farol.

Contador de histórias, Pew conhece todas as histórias de Salts, e mais algumas, trazidas por marinheiros que aportavam na cidade. Sempre houve um Pew no cabo Werth, então suas histórias incluem fatos de duzentos anos antes, quando a história do farol estava ligada à de Babel Dark. E a narrativa do livro se divide entre Silver, tentando reconstruir sua vida, e Dark, tentando sobreviver à vida. O livro é uma história de amor, é a história de Silver tentando se adequar a um mundo tão diferente dela mesma, que parece que ela não pertence a ele; é a história de Dark se adaptando a um mundo em que tudo que importava foi perdido.

A narrativa é como um quebra-cabeça: aos poucos Pew e Silver nos dão os pedaços da história, e apenas no final conseguimos ver a figura completa. É fascinante!

O ponto mais forte do livro, pra mim, é ver, em um livro, como perdemos a habilidade de contar histórias. Hoje em dia, as histórias nos são contadas por livros, não por pessoas, e não temos a capacidade de contar nossa história. Nossa luz está perdida no mar e não resgata navios à deriva. Precisamos contar nossa história ao mundo, mesmo que pareça que ninguém quer ouvir.

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7 Comentários

Arquivado em Lendo aleatoriamente, Resenhas da Feanari

7 Respostas para “A guardiã do farol – Jeanette Winterson

  1. Fábio

    Eu fiquei com vontade de ler e vou fazê-lo só pelo número de vezes que você me falou quão foda é esse livro xD

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  2. manuela

    nossa… fiquei doida pra ler esse livro depois dessa resenha!!!
    eu leio rapidinho, tou numa vibe meio feanari e li tres livros na ultima semana+esse fim de semana hehe
    empresta?!! xD~~~~

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    • Feanari

      Que bom que te deixei curiosa, Manuu =) É metade da intensão huhuhu

      O livro tá com um amigo meu, mas assim que ele terminar de ler, eu te empresto =)

      bjo

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