Observando pessoas no avião…

Se a viagem de ida a Curitiba já deu o que falar, a de volta também mereceu um post. Apesar de bem mais curta (graças a Deus só uma hora), para a mente atenta, sempre haverá momentos dignos de nota. Eu me divirto observando o comportamento das outras pessoas, não para tirar sarro, mas porque sempre me pego pensando em como que as outras pessoas processam as mesmas cenas que eu vejo. Acho curiosíssimo.

Primeira coisa que eu notei foi que algumas pessoas, assim que se sentaram na poltrona do avião, imediatamente a reclinaram.

Será que não sabem que antes de decolar elas vão ter que colocá-la na posição vertical? Será que é TÃO horrível ficar 3 minutos naquela posição e se poupar do aviso da aeromoça? Porque sim, notei também que as pessoas que reclinam a cadeira não ouvem o aviso de “atar os cintos e colocar a poltrona na posição horizontal”. Um sujeito na poltrona da janela (eu estava no corredor e não havia ninguém entre os dois) além de reclinar a poltrona, ainda DORMIU nos minutos que antecedem a decolagem. Aí a aeromoça foi obrigada a acordá-lo para pedir que arrumasse a posição, o que assustou o moço e o fez dar um pulo na poltrona…

A outra pessoa no meu raio de visão que reclinou a cadeira, estava na poltrona do corredor e havia, ao lado dele, mãe e filha. CLARO que a garotinha queria ir ao banheiro antes da decolagem (super normal, pessoa pequena = bexiga pequena, respeito) e o moço teve que dar licença. O moço, ao invés de se sentar novamente na poltrona reclinada, sentou no braço da poltrona. Aquele palitinho em que mal cabe o braço. O cara ficou com preguiça de sentar na poltrona para ter que levantar de novo e PREFERIU o braço! Este sujeito ficou tão assustado com o aviso de voltar a poltrona à posição original que deu um pulo e fez o ajuste em segundos..

Quando pensamos em turista, esta é a primeira imagem que vem à mente...

No conjunto de poltronas ao meu lado sentaram dois homens. O mais novo, na janela e portanto mais longe, estava bloqueado pelo “pai”, mais corpulento, que estava mais perto, na poltrona do meio. Os dois não reclinaram a poltrona, mas notei que o senhor estava usando uma roupa que instintivamente nos faz pensar em turista. Mas eu rapidamente descartei a possibilidade, já que eu estava em um vôo doméstico. No momento em que a comissária perdida (mais sobre ela adiante) perguntou o que eles queriam beber, notei que ele respondeu em inglês e percebi que meu instinto que gritou TURISTA estava certo!! Este senhor, assim que deram o aviso de que as portas foram fechadas, notou que a poltrona ao seu lado estava vazia (a mais próxima de mim), e pegou a mochila que estava no compartimento mágico de bagagem de mão e colocou-a na poltrona – com cinto de segurança. Parecia um bebê.

... e esta é a segunda. Meu turista era igual a este.

E quando as comissárias permitiram o uso de aparelhos eletrônicos, ele tirou o computador de dentro da mochila para jogar Campo Minado – por 15 minutos, que é praticamente o tempo que dá pra usar eletrônicos no vôo Curitiba-Campinas. Muito elegante o senhor, ao guardar o computador na hora do pouso, tirou um iPad da mochila, para melhor ajustar o notebook. (e eu me perguntei porque ele não jogou algo no tablet, mas depois do comportamento dele com a mochila + cinto, suponho que ele não quis chamar muita atenção para o caso de haver ladrões no avião).

Haviam duas comissárias de bordo neste vôo: uma loira e uma morena. A loira me parecia ser a mais velha, então supus que ela seria mais experiente. Bom, a moça errou o número do vôo (disse 1742 ao invés de 1724) e fez uma meia dúzia de passageiros se levantar correndo da poltrona, crentes de que estavam na aeronave errada. Depois, ela esqueceu de comentar que o vôo faria escala em Campinas, o que fez outra leva de pessoas perguntar para a comissária morena se estavam no vôo certo. As aeromoças (termo velho e que aparentemente não deve mais ser usado, mas vou enjoar de escrever só comissária e moça) sentaram nas poltronas para esperar o avião decolar e a loira ficou encarando com sorrisos sensuais algum dos passageiros à minha frente, mas eu não consegui determinar exatamente qual, embora tenha tentado o vôo todo (haha). Mas aí estávamos no ar e as mocinhas estavam se preparando para distribuir o lanche (e ela parou a paquera). A loira estava sentindo um certo desconforto térmico (aka estava com frio) e foi conversar com o comandante para mudar a temperatura da nave (pelo visto isso é uma das coisas que ele pode mudar com aquela infindade de botões e alavancas). Nisso, a morena (eficiente) já começou a distribuir bebidas e lanchinhos. Quando a loira voltou, ela achou (de verdade), que a morena ainda não havia começado e começou a oferecer TUDO DE NOVO. A morena falou que havia começado, adiantou o carrinho algumas fileiras e disse que a fileira da minha frente não havia recebido (embora a da minha diagonal já houvesse sido atendida). A comissária ignorou as duas pessoas à minha frente e começou a perguntar pros gringos o que eles queriam (foi quando eu confirmei que eles eram gringos). Ninguém reclamou de falta de lanchinho, então ficou por isso mesmo.

* Para quem não sabe, por algum tempo fiquei dividida entre cursar Química (porque é o que eu nasci fazendo), História (porque eu adoro) ou Psicologia (por causa dessa mania minha de observar pessoas). Este post nasceu desta mania e não tem como objetivo ofender ninguém. Se por acaso ofendi, peço perdão desde já!

2 Comentários

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2 Respostas para “Observando pessoas no avião…

  1. É incrível não é, como acontece cada coisa no avião? Você observou tudo isto em apenas uma viagem, imagina passar o dia olhando e observando em cada voo mais de 150 pax… 😀

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