Dois Rios – T. Greenwood

Harper Montgomery vive na pequena cidade de Dois Rios desde sempre. Foi lá que ele conheceu e se apaixonou por Betsy Parker, que morreu após dar à luz a filha do casal: Shelly. Em choque e com raiva da morte de Betsy, Harper assistiu ao afogamento de um homem negro, e nada fez para salvá-lo. Doze anos depois, Harper ainda não aprendeu a lidar com a perda de Betsy, nem com a sua inanidade, e vive uma meia-vida com sua filha.

Mas então, para tirá-lo do marasmo, um trem sai dos trilhos perto de Dois Rios. A morte de dezenas de passageiros agita a pequena cidade, e uma das sobreviventes, Maggie Jones, encontra Harper e implora que ele a hospede. Ao ver o estado avançado da gravidez de Maggie, ele não consegue rejeitar sua ajuda, por mais precária que seja. Logo, Harper começa a perceber o quão fora do eixo sua vida está: a garota, de apenas quinze anos, revira sua vida, e acaba cuidando dele e de Shelly.

A narrativa oscila entre o agora de Harper, lidando com Maggie e Shelly, em 1980, e a história da vida de Harper, como ele conheceu Betsy, como eles se apaixonaram, etc. Cada capítulo nos levando cada vez mais para perto do presente. E, no presente, Harper tenta descobrir quem exatamente é Maggie, e o que ele pode fazer para ela sair de sua vida – sem ao menos imaginar que ela pode ser mais do que uma mera estranha.

Este livro começou difícil. Com certeza não é o tipo de leitura leve e descontraída que eu normalmente pego para descansar da vida no fim de semana. Mas aos poucos, fui ficando curiosa para saber como Harper chegou onde está, e para onde vai depois de tudo. Além disso, ler descrições de como era a vida nos Estados Unidos dos anos 1960 a 1980 foi muito interessante: eu lembro que a minha professora descrevia a segregação para nós na sala de aula, mas é um tipo diferente de relato – ela não tinha ódio pelos negros, como algumas personagens do livro têm (e a autora não tem medo de relatar). Finalmente, é uma leitura mais humana – no sentido de que não é apenas mais um livro escrito com aquela fórmula de sempre – parece que estamos assistindo o desenrolar dos acontecimentos, e eles são verossímeis. Recomendo se você cansou de ler sempre os mesmos livros, e quer novos ares.

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