As Vantagens de Ser Invisível (Stephen Chbosky)

Preciso começar esta resenha com uma confissão: Eu não assisto uma adaptação cinematográfica uma vez que não tenha lido o livro que serviu de inspiração. É por isso que torci como nunca para o Leonardo DiCaprio finalmente ganhar seu Oscar, mesmo não tendo até hoje conferido sua atuação (é, ainda preciso ler O Regresso). Agora, finalmente posso ver a adaptação da obra de Stephen Chbosky. Há tempos As Vantagens de Ser Invisível estava na minha lista de futuras leituras, e, ainda que não haja mais o auê todo em torno da história, a trama de Chbosky continua atual e tem todos os elementos para agradar os jovens da década de noventa ou de atualmente.

“(…) acho que somos quem somos por várias razões. E talvez nunca conheçamos a maior parte delas. Mas mesmo que não tenhamos o poder de escolher quem vamos ser, ainda podemos escolher aonde iremos a partir daqui. Ainda podemos fazer coisas. E podemos tentar ficar bem com elas. ” (Página 221)

A história se passa na década de noventa e traz a história de um adolescente que decide escrever cartas para alguém (não se sabe quem), e também não sabemos quem ele é, só que usa a alcunha de Charlie. Em suas cartas o garoto narra episódios de sua vida: o primeiro dia na escola, o suicídio do amigo, os relacionamentos familiares, os primeiros interesses românticos, a espiral de pensamentos conturbados em que às vezes se vê preso.

Chbosky mergulha na mente de um típico adolescente que se “especializou” em ser invisível. Nem o garoto popular, tampouco o que constantemente sofre bullying, mas alguém que poderia levar a vida na escola sem se envolver com nada e ninguém, se não fosse o surgir de um relacionamento entre Charlie, Patrick e Sam. Entram em foco as festinhas da escola, os interesses amorosos, os relacionamentos abusivos, o despertar da sexualidade e a importância das experiências passadas nas escolhas do presente. Muitos dos assuntos tratados por Chbosky não são fáceis: suicídio, estupro, agressão física, preconceito quanto às escolhas sexuais, depressão. Mas, a forma como ele faz, sem pesar muito no drama, mas sem conduzir de forma leviana, torna a obra bastante acessível aos jovens e bem, é importante que esses assuntos mais espinhosos sejam discutidos com eles.

Não deixa de ser uma espécie de romance de formação em forma de cartas. Lidando com seus pensamentos e colocando suas vivências em palavras, Charlie aprende a lidar com seus sentimentos, aprende mais sobre o seu passado e se torna de certa forma, mais apto para encarar o seu futuro. Uma jornada do herói, um tanto capenga, mas ainda assim uma jornada. Ter escolhido fazê-la na forma de cartas, foi uma boa estratégia de Chbosky, deixou seu protagonista mais próximo do leitor e a mensagem passada mais pungente e real.

 

Leia uma amostra aqui:

Compre aqui:

Amazon Fnac
Publicidade

Deixe um comentário

Arquivado em Desafios Literários, Lendo aleatoriamente, Resenhas da Núbia

Gostou do post, então comenta!

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s