Já pensou em aprender mais sobre neurociência lendo histórias em quadrinhos? É o que os neurocientistas Hana Roš e Matteo Farinella fizeram, com bastante didática e uma boa dose de imaginação, em Neurocomic.
Roš e Farinella nos convidam para uma viagem um tanto quanto bizarra enquanto nos explicam o que se sabe sobre o cérebro e seu funcionamento. Morfologia, farmacologia, eletrofisiologia, plasticidade e sincronicidade são todas etapas dessa jornada na qual o personagem narrador “cai” dentro de um cérebro e começa a explorar esse mundo peculiar.
Em Morfologia nós somos apresentados ao cérebro enquanto estrutura, tipos de neurônios, a constituição do sistema nervoso, os trabalhos que possibilitaram que os neurônios pudessem ser visualizados. Em Farmacologia, a criatividade imensa dos autores transparece com força total, imaginar uma sinapse em uma HQ não é tarefa para qualquer um. Os neurotransmissores, os receptores e aos antagonistas, agonistas e moduladores garantem um tom um tanto psicodélico à trama. A seção dedicada à Eletrofisiologia poderia ter sido tirada de um livro de Júlio Verne. Plasticidade chega trazendo os mecanismos da memória e do condicionamento (e se você pensou em Pavlov, pensou certo). E, finalmente em sincronicidade os autores falam sobre as ondas mentais e a trama ganha um ar bem filosófico. O que é a alma? A neurociência conseguirá encontrar uma explicação biológica para a mente? A razão, a percepção da realidade, os transtornos mentais, todos são mencionados. Talvez necessitasse de um pouco mais de espaço, mas é importante não terem sido deixados de lado.
A história é bastante didática, contendo até mesmo esquemas das referidas estruturas que estão sendo mencionadas. O fato do protagonista estar dentro do cérebro é um adendo bastante divertido. E são muitas as informações! Os autores trazem biografia de cientistas que contribuíram para o desenvolvimento da área (que também se tornam personagens), enquanto mostram como se dá o processo científico, com teorias sendo corroboradas ou não. Há espaço até mesmo para correções históricas.
No final os autores fornecem um bom apanhado de referências e textos complementares para lermos mais sobre o cérebro. Definitivamente a obra é um bom ponto de partida (poderia muito bem ser trabalhado como obra paradidática), quer seja para um aluno do ensino médio, da graduação, ou o grande público leigo curioso, e o não tão leigo assim.
![]() |
![]() |
Ah, que interessante! Definitivamente uma maneira muito bacana de atrair não só os interessados no assunto, mas também estudantes e jovens de maneira geral. Eu, como boa curiosa, fiquei curiosa para ler!
Não Me Mande Flores ♥
CurtirCurtir
Sim, dá para aprender um bocado de coisa se divertindo. Leia sim, certeza que irá gostar. 😉
CurtirCurtir