Antes de se tornar escritora profissional Ashley Poston era fangirl, mas daquelas que não se contentava apenas com os acontecimentos canon e que se dedicava a recriar e inventar novas situações para seus personagens favoritos nas tão conhecidas fanfics. Geekerela, mais do que uma releitura do clássico conto de fadas, é uma ode a todo o universo fandom*. Este livro é para aqueles que sofrem shippando um casal, seja ele canon ou não, que se derretem com aquele casal que é realmente um OTP, que quer ter aquela amizade que é um verdadeiro bromance e que às vezes até entra em verdadeiras guerras de ship, quer seja do mundo dos livros, séries ou filmes. É também para quem faz cosplay, escreve e/ou consome fanfics, para quem vibra a cada notícia de um livro que será adaptado para o cinema, para os mais puristas que acham que os filmes (ou séries) nunca estarão à altura do original, ou para aqueles que ficam animados, desde que o diretor não transforme tudo em um show de horrores. Se identificou com algum desses pontos (ou vários)? Então, você vai se identificar com Elle Wittimer e sua paixão por Starfield. Que é descrito com tantos detalhes pela Poston que cheguei a me perguntar que raios de série de ficção científica era essa da qual nunca havia ouvido falar, mas que já estava considerando pacas, mas que infelizmente nem existe mesmo. E, ainda que o romance seja o plot principal, é pelos detalhes e pelo que representam que Geekerela pega todo fã (seja do que for) de jeito.

Fala se não é essa a sua vontade também…
Elle herdou do pai seu amor pela série de ficção científica Starfield. E como boa fã de uma série já antiga e finalizada, é claro que ela vibra quando descobre que um remake de sua série favorita está em pré-produção. Por outro lado, há aquele mesmo de que não façam jus ao clássico e que suas lembranças sejam arruinadas. O que é perfeitamente entendível, já que Starfield foi o que uniu seus pais e o amor pela série foi um dos poucos legados deixados por seu pai antes de morrer e que ainda não conseguiram tirar dela.
“Mas meu pai… Ele acompanhou tudo desde o começo. Era um fã original. Até criou uma convenção, a Excelsicon. Íamos juntos todo ano. Eu me lembro de ver os atores já velhos, de pedir para autografarem minha pistola estelar. De esconder a réplica na mochila para levar para a escola. (…). De ficar olhando as estrelas no verão, de embarcar numa batalha imaginária contra os nox no quintal. De impedir que a galáxia fosse sugada pela Nebulosa Negra…
Morar com meu pai era como viver num universo em que o Carmindor existia de verdade.
Até que, num piscar de olhos, esse universo desapareceu. ” (Página 28)
Bem, ele também deixou para Elle a árdua tarefa de lidar com sua madrasta, que só liga para as aparências e acha que o mínimo que Elle pode fazer é ser sua criada pessoal já que ela faz a boa ação de permitir que a garota viva na casa que era do pai da… Elle, e as filhas gêmeas desta. Não muito diferente da Cinderela original, a não ser por Starfield. Acontece, que Darien Freeman, um artista pop com uma legião de fãs quase psicóticas, é escolhido para o papel de protagonista para o desespero de Elle. Já deu para sacar que além de Carmindor o papel de príncipe da história também é dele né. Pois é, enquanto Elle ataca a produção do filme com a única arma que tem, seu blog Artilharia Rebelde. Darien tem que enfrentar os próprios receios de não conseguir fazer jus ao papel da série, que ei, também é a sua favorita (mas não conta para ninguém porque a imagem de galã teen pode ficar comprometida). E, quando o mundo desses dois bate de frente, é bem divertido acompanhar o desenrolar desse relacionamento.
Além das inúmeras referências, e não há nada mais legal do que capturá-las todas (Steve Rogers que o diga), Poston também adicionou nessa história um cãozinho salsicha ignorado pelo dono e apaixonado pela Elle, um foodtruck vegano chamado Abóbora Mágica e uma fada madrinha que mais do que fada é uma amigona e com uma fangirlice super justificável por O Senhor do Anéis. A narrativa, dividida entre os pontos de vista de Elle e Darien, é fluída e em muitas partes bastante visual. Durante a leitura imaginei muitas vezes essa história em um filme, ficaria ótimo (a parte da preparação do cosplay da Elle é linda!). No final das contas, foi assim que de uma leitura descompromissada, acabei com uma leitura bastante divertida em mãos.
*Não entendeu patavinas? Está se perguntando que raios de linguajar extraterrestre é esse? Dê uma conferida nesse “DICIONÁRIO BÁSICO PARA ENTENDER FANDOMS” do blog Nenhum Pouco Épico.
Leia uma amostra aqui:
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